A comissária de bordo, Ximena Suárez, uma das seis sobreviventes da tragédia aérea que atingiu o time da Chapecoense, afirma ainda sofrer com os efeitos do acidente. A jovem contou que até hoje, mais de três meses após a queda do avião, tem dificuldades para dormir durante a noite e só consegue adormecer de dia.
“Tenho pesadelos até hoje. Acho que a escuridão me faz lembrar do acidente. Acordo de madrugada, sinto como se tivesse alguém do meu lado”, afirmou emocionada. A comissária também diz lembrar da queda com detalhes e conta que o piloto não fez nenhum aviso de emergência. “A luz, os gritos, tudo. Me lembro de tudo. Nunca pensei que veria essas cenas”, disse.
Após o acidente, Ximena Suárez passou por seis cirurgias e ainda precisa ser operada duas vezes. Ela também foi diagnosticada com estresse pós-traumático. No entanto, conta que não tem condições financeiras para fazer os tratamentos necessários. De acordo com a jovem, na época do acidente, a empresa LaMia já não pagava o salário há três meses.
Por fim, a sobrevivente mandou um recado para os parentes das vítimas: “Me solidarizo muito com as famílias, os chapecoenses, os jornalistas. Gente muito linda, muito feliz, muito carismática. Rezo todo dia por eles. Obrigada a todo mundo no Brasil que me apoiou. Mando um beijo e muitas felicidades para todos”.
Acidente
A tragédia com o voo 2933, da companhia aérea boliviana LaMia, ocorreu em 28 de novembro do ano passado. O avião carregava a equipe do Chapecoense, que seguia para Medellín, na Colômbia, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana. Setenta e uma pessoas morreram e seis conseguiram sobreviver.