Três companhias aéreas australianas decidiram proibir os passageiros de usar ou recarregar o smartphone Samsung Galaxy Note 7 durante os voos por preocupações com o aparelho, após casos em que baterias do modelo explodiram. A Qantas, seu braço low-cost, a Jetstar, e a Virgin Australia informaram que não foram orientadas por autoridades da aviação australiana a adotar a medida, mas que tomaram a atitude devido a preocupações após a Samsung determinar o recall dos aparelhos em dez mercados.
Os passageiros poderão levar consigo os smartphones nos voos, mas os aparelhos não poderão ser conectados às entradas USB dos sistemas de entretenimento de bordo.
Em comunicado, a Qantas disse que, após a decisão da Samsung de interromper a venda do Galaxy Note 7, estamos pedindo aos passageiros que não utilizem nem recarreguem os aparelhos durante os voos.
A medida vale para todos os voos da Qantas e da Jetstar, acrescentou a nota. Em nota, a Samsung Australia disse que entrou em contato com a Qantas e a Virgin Australia após o recall.
A autoridade de aviação federal dos Estados Unidos está estudando uma resposta ao recall da Samsung e analisando o assunto, segundo comunicado citado pelo site de tecnologia Gizmodo. Até decidir interromper a venda do Galaxy Note 7, a Samsung havia comercializado 2,5 milhões de unidades do modelo.
Até a última quinta-feira (1º), já haviam sido relatados pelo menos 35 problemas envolvendo a bateria do Galaxy Note 7. Donos do aparelho começaram a publicar fotos e vídeos do Note 7, alguns deles totalmente carbonizados. Os internautas afirmaram que o smartphone pegou fogo de forma súbita.
Os problemas levaram a Samsung a suspender as entregas no mercado interno e a atrasar o lançamento do produto em alguns mercados europeus e no Brasil.
A situação representa um grande revés para a empresa sul-coreana, que havia anunciado em julho uma alta do lucro superior ao previsto no segundo trimestre, graças às boas vendas dos modelos Galaxy S7 e S7 Edge.
A divisão de celulares da Samsung foi responsável por cerca de 54% do lucro operacional da companhia no primeiro semestre, de 14,8 trilhões de wons. Nos últimos anos, a empresa enfrenta a concorrência da Apple nos modelos de alto custo e de fabricantes chineses, como a Huawei, nos produtos de médio e baixo custo.