Como forma de manter vivas as memórias da comunidade da avenida Boa Esperança, localizada na zona Norte de Teresina, um museu virtual será lançado, sendo agregado ao museu físico e itinerante que já existe na localidade.
Além de uma ferramenta de luta, o Museu Virtual da Boa Esperança é resultado da construção coletiva dos próprios moradores da região.
Segundo Raimundo Silva, professor de História e morador da comunidade, o movimento se fortaleceu em 2015, como forma de preservar a história do lugar diante das intervenções do Programa Lagoas do Norte. Isso resultou na criação do museu físico para preservar a história dos moradores que se reconhecem como tradicionais e remanescentes quilombolas em território urbano.
"O nosso museu é diferente dos museus tradicionais que mostram um passado distante. O nosso museu tem peças que as pessoas já usaram ou usam no dia a dia, como a grade de fazer tijolo, o próprio tijolo fabricado, objetos de artesanato, as faixas que levamos para os protestos. Tudo isso faz parte do nosso acervo", explica.
De acordo com ele, ampliar o museu para o mundo digital será uma forma de manter viva a memória da comunidade e ter maior alcance do que eles representam para a história de Teresina.
"O museu virtual vai ser mais um braço da nossa história, ao mesmo tempo, uma porta de acesso para que mais pessoas possam conhecer a nossa comunidade", afirma Raimundo Silva.
Na plataforma, aspectos culturais do bumba meu boi, dos pescadores, oleiros, vazanteiros, casas de santo, capoeira estarão disponíveis em fotografias, vídeos, produções acadêmicas, entre outras, com atualização constante.
O lançamento da plataforma acontece neste sábado, 05 de junho, às 18h, no Canal da Fundação Perseu Abramo no Youtube e nas páginas do Facebook Lagoas do Norte Pra Quem? e Ocorrediario