Condutor de embarcação vira e mata mãe e filho de três anos em São Paulo

Ele afirma que deu comando na direção da lancha, que não obedeceu. Capitania dos Portos investiga o acidente que ocorreu na Praia Branca.

Rita e seu filho João morreram depois que lancha virou em Guarujá. | Reprodução/TV Diário
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O condutor da embarcação que virou e resultou na morte de uma mulher e seu filho de três anos, ambos seus familiares, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (5) e afirmou que o acidente foi uma fatalidade. Ele diz que deu um comando na direção da lancha, que não obedeceu, e que as ondas acabaram virando a embarcação. O caso ocorreu próximo à Prainha Branca, localizada entre as cidades de Bertioga e Guarujá, no litoral de São Paulo.

oão Bosco Correia de Lima explica que as normas recomendam que o limite para se transportar passageiros seja de 560 quilos. ?Não tinha excesso de peso, eram oito pessoas na lancha, quatro adultos, três crianças e o João, que era de colo?, diz. O acidente acabou resultando na morte de Rita Samaria Vieira, de 36 anos, e seu filho, João Pedro Vicente, de três.

De acordo com o condutor, ambas as mortes ocorreram a apenas 56 centímetros de profundidade, logo depois da lancha virar. ?Não vimos, na hora em que a embarcação virou, que ela ficou presa embaixo, junto com o João. Não havia salva-vidas, os bombeiros chegaram após uns 15 minutos e fizeram as mesmas coisas que pensamos, e eles são os profissionais?, declara.

acidente teria ocorrido após Bosco ter tentado manobrar a lancha, que não respondeu ao seu comando. ?Não foi imprudência, eu estava a cinco nós, quem estava lá viu, não fui imprudente. Infelizmente, eu dei um comando na direção, ela não obedeceu e a natureza ganhou de mim, ela chegou primeiro e as ondas tombaram a lancha?, diz.

Ele afirma que o veículo não apresentava problemas e que os documentos estavam todos regularizados. ?A lancha tinha manutenção preventiva, documentação em ordem, sou habilitado, não sou principiante na navegação, agora falha houve. Quem vai definir se a falha foi mecânica ou humana são os peritos?, explica.

Durante o velório de mãe e filho, Bosco afirma que foi consolado pelo pai de João, marido de Rita. ?A coisa mais gratificante que eu tive foi um abraço do pai da criança, do marido da mãe, que me disse "estamos juntos, isso foi uma fatalidade". Ele estava comigo ali. Eu deveria ter pensado que eles poderiam estar presos embaixo da embarcação, deveria, durmo e acordo pensando nisso, a minha esposa chora todo dia. Agora só posso pedir a Deus que nos conforte nesse momento?, conclui.

O caso

De acordo com informações do Salvamento Aquático, o acidente aconteceu por volta das 11h. A lancha particular estava a 100 metros da areia na Prainha Branca, localizada entre os municípios de Guarujá e Bertioga, quando uma onda forte virou a embarcação. Algumas pessoas que estavam na areia viram o acidente e prestaram socorro às vítimas. Logo em seguida, os bombeiros chegaram para atender os outros passageiros.

Em nota, a Capitania dos Portos do Estado de São Paulo disse que instaurará um Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), com prazo de conclusão de até 90 dias. O inquérito apurará as causas determinantes do acidente, bem como possíveis responsáveis.

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