Uma força-tarefa envolvendo agentes da Polícia Civil, Policia Federal, Poder Judiciário e Ministério Público Federal está investigando o conflito entre índios e fazendeiros no Povoado de Bahias, município de Viana no Maranhão, onde pelo menos 10 pessoas ficaram feridas. Um dos indígenas sofreu um corte profundo nas mão, e não teve nenhum membro decepado, como havia sido divulgado.
A equipe da força-tarefa se reuniu na terça-feira (2) no Fórum de Viana para articular as ações que serão desenvolvidas na cidade que segue tensa após os conflitos. A Polícia Civil já ouviu uma mulher que diz ter sido feita refém pelos índios antes do confronto com os fazendeiros. Os investigadores querem identificar cada um dos agressores.
O diretor técnico do Hospital Tarquínio Lopes Filho, Newton Gripp, onde o índio ferido recebeu atendimento, disse que o mesmo não teve a mão decepada, e que houve um corte profundo. “Ele teve lesões profundas por arma branca nos antebraços, mas não decepou as mãos dele como havia sido divulgado”, afirmou.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, usou uma rede social para falar sobre o caso e reafirmou que o índio não teve a mão decepada. "Até agora não houve nenhuma vítima com mãos decepadas. Continuamos procurando e cuidando dos 3 hospitalizados. Seguimos a procura pelas duas pessoas que teriam tido as mãos decepadas. Nossa prioridade desde a manhã é localizá-los", escreveu.
Os índios da etnia Gamela reivindicam uma área de 14 mil hectares no Norte do Maranhão que foi doada pela a Coroa Portuguesa no século XVIII. Eles dizem que os fazendeiros tomaram a área deles no decorrer dos anos.