Agosto promete ser um m?s de grande agita??o no mercado acion?rio. As d?vidas quanto ao setor de cr?dito imobili?rio nos Estados Unidos, que movimentaram as bolsas de todo o mundo em julho ( clique aqui e saiba mais), ainda devem provocar muito sobe-e-desce neste m?s, deixando os investidores de cabelos em p?. No Brasil, acionistas de empresas como Cyrela e Cosan precisar?o ter cora??o forte. As duas est?o no topo do ranking das a?es mais arriscadas do Ibovespa, principal ?ndice da Bolsa de Valores de S?o Paulo (Bovespa), e s?o as que mais sofrem com as oscila?es do mercado.
Num cen?rio de queda de 10% no Ibovespa, as a?es das duas companhias recuariam 13,95% e 12,97%, respectivamente, segundo levantamento realizado pela consultoria Cyrnel Internacional, a pedido do Portal EXAME. Em compensa??o, se a Bolsa subisse 10%, os pap?is das duas empresas teriam a maior valoriza??o entre as a?es do ?ndice, subindo 13,95% e 12,97%, respectivamente. (veja tabela abaixo).
Um ponto comum explica parcialmente por que essas duas empresas sentem tanto o vai-e-vem do mercado. Ambas est?o em fase de consolida??o e embutem no pre?o de suas a?es expectativas quanto a resultados futuros. "Os setores imobili?rio e de biocombust?veis ainda est?o em desenvolvimento no Brasil e n?o h? muitas certezas quanto ao fluxo de caixa das empresas que operam nesses segmentos", afirma o gestor de Renda Vari?vel da Mellon Global Investment Brasil, Andr? Jakurski. A mesma an?lise ? v?lida para as empresas de tecnologia, como a Submarino, que aparece na s?tima coloca??o no ranking das mais vol?teis.
Mas n?o ? apenas o setor de atua??o da empresa que determina sua volatilidade. Nas quarta e quinta posi?es da lista est?o os pap?is de uma das maiores e mais tradicionais companhias brasileiras: a Vale do Rio Doce. Nesse caso, s?o os neg?cios recentes da empresa que fazem com que os pre?os de suas a?es subam ou des?am com maior for?a que o Ibovespa. "A volatilidade da Vale aumentou depois que ela comprou a Inco. O n?quel est? apresentando muita varia??o de pre?o no mercado e isso impacta a avalia??o da companhia", diz Jakurski.
Neg?cio de risco
Ao contr?rio do que leva a crer o senso comum, as empresas que apresentam grande sensibilidade ?s varia?es do Ibovespa n?o s?o necessariamente as mais arriscadas. Das dez a?es mais vol?teis, apenas tr?s fazem parte do ranking das que t?m maior potencial de perda (veja na tabela abaixo). "A volatilidade ? apenas um dos par?metros de risco de uma a??o. Outros fatores, como o tamanho da empresa, seu endividamento e sua receita tamb?m contribuem para o risco do papel", diz o analista da Cyrnel International, Carlos Werneck.
Cosan e Cyrela, al?m de serem as mais suscet?veis ?s oscila?es do mercado, apresentam os dois maiores ?ndices de risco ? 2,91 e 2,75 vezes o Ibovespa, respectivamente. Como ambas fazem parte de setores que ainda est?o em desenvolvimento no pa?s, ? natural que o risco seja maior que o de companhias de segmentos j? consolidados, como saneamento b?sico, energia e bancos.
As empresas que produzem etanol t?m boas perspectivas para o futuro, com o crescimento da frota de ve?culos bicombust?veis e o aumento do interesse dos governos por combust?veis alternativos. No entanto, a falta de infra-estrutura para exporta??o e a instabilidade do pre?o do combust?vel no mercado internacional elevam o risco do setor. "Qualquer mudan?a na safra altera o faturamento das empresas e, consequentemente, o retorno para o investidor", diz um analista que prefere n?o se identificar. Soma-se a isso as particularidades de cada empresa que, no caso da Cosan, envolve o desgaste gerado pela pol?mica em torno de sua reestrutura??o acion?ria ( clique aqui e saiba mais).
J? o setor de constru??o civil ? um dos que mais cresceram nos ?ltimos meses, contabilizando somente este ano o ingresso de mais de dez empresas na Bovespa. A expans?o do cr?dito imobili?rio e a melhora nas condi?es de emprego e renda da popula??