Em meio ao aumento alarmante de casos de dengue em todo o país, Niterói destaca-se como uma exceção, mantendo baixos níveis de contaminação. Desde 2015, a prefeitura adotou o método wolbachia, tornando-se o primeiro município no Brasil a cobrir 100% do território com essa técnica inovadora.
O QUE É WOLBACHIA? - A wolbachia, uma bactéria presente em cerca de metade dos insetos, incluindo alguns mosquitos, é introduzida no Aedes aegypti para impedir o desenvolvimento dos vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana dentro do inseto, contribuindo para a redução dessas doenças.
EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA - Esse método é ambientalmente seguro e não representa riscos para humanos ou outros mamíferos, já que a wolbachia é intracelular e não pode ser transmitida. Em um debate recente sobre a dengue, o coordenador científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, Alexandre Lima Rodrigues Cunha, destacou o método wolbachia como uma alternativa tecnológica viável para combater o mosquito Aedes aegypti.
RESULTADOS COMPROVADOS - Em Niterói, o programa foi implementado inicialmente em Jurujuba, expandindo-se para outros 33 bairros em 2017. Em 2021, dados mostraram uma redução significativa nos casos de dengue, chikungunya e zika, com uma eficácia de cerca de 70%, 60% e 40%, respectivamente, nas áreas abrangidas. Em 2023, Niterói tornou-se a primeira cidade brasileira a cobrir integralmente seu território com o método wolbachia.
Além de Niterói, outras cidades brasileiras estão adotando esse método, como Campo Grande, Petrolina, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. O World Mosquito Program (WMP), responsável por essa iniciativa internacional, tem como objetivo proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.
Em Campo Grande, foi inaugurada uma nova biofábrica para a produção de mosquitos Aedes aegypti com wolbachia, ampliando ainda mais o alcance desse método inovador. As liberações dos mosquitos começarão em vários bairros da cidade, como parte do esforço conjunto do Ministério da Saúde, WMP Brasil e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para combater as doenças transmitidas por mosquitos.
Com informações do Correio Braziliense