O atraso das obras de reforma e ampliação da Unidade de Saúde Dr. Miguel Couto, conhecido por Hospital do Monte Castelo, situado na zona Sul de Teresina, ultrapassa três anos e 5 meses, desde o início da construção. A população que aguardava esperançosa por melhores atendimentos de saúde, hoje já não possui a mesma empolgação de antes.
A obra do hospital está orçada em mais de R$ 2,4 milhões e já estiveram sob o comando duas empresas. A última a assumir a obra, iniciou no dia 18 de junho de 2014 e deu como prazo de entrega, o dia 18 de novembro de 2014, isto é, o hospital estaria pronto em cinco meses. Mas isso não aconteceu. A construção continua, junto com a revolta dos moradores do bairro e das imediações.
O Hospital do Monte Castelo era responsável por atender a demanda de boa parte da zona Sul de Teresina e oferecia consultas eletivas, atendimento de urgência, vacinas, marcação de consultas, internações e outros serviços.
Agora, os moradores adoentados são direcionados para o posto de urgência, que está funcionando no antigo prédio do SAMU, situado na praça do Monte Castelo ou para atendimento ambulatorial, que está sendo realizado no prédio do Lar de Betânia, ao lado da Igreja de São Lucas, no mesmo bairro. As cirurgias e partos são encaminhados para o Hospital do Promorar.
Serviço atual não atende demanda
De acordo com o morador do bairro Monte Castelo, Cleiton Rodrigues, que realiza serviços comunitários, o atendimento dado até então não é suficiente aos moradores do bairro e os de localidades vizinhas, que eram atendidos pelo hospital do bairro.
"Todo mundo continua precisando de atendimento digno, mas o que está sendo dado é pouco, não atende a demanda da região, porque são atendidos moradores de região vizinha, não é só o Monte Castelo.
A insatisfação dos moradores é geral, vemos a obra começar e recomeçar, mas nunca terminar", desabafa Cleiton Rodrigues, que é pai de Miguel Rodrigues, de apenas três anos e já precisou de pediatra, mas foi encaminhado a um bairro distante.
Cleiton Rodrigues afirma ainda que houve um caso em que uma moradora veio quase a óbito, devido à falta de estrutura do espaço e foi obrigada a ser encaminhada a outra unidade, em outro bairro.
"Já precisamos de especialidades que aqui não tem, como o pediatra, pequenas cirurgias, internação e outros. Já teve gente que quase morreu, porque precisou se internar e foi mandado para outros locais, bem distantes daqui.
Somos mandados também para o HUT e outras unidades. O Lar de Betânia não tem estrutura para internação e só para se ter ideia, é fechado no sábado e domingo. Temos pouquíssimas opções", relata o morador do bairro.
Já Robson Gomes, farmacêutico e que também reside no bairro Monte Castelo, vê no término da construção do hospital, o fim de muitos problemas de saúde dos demais moradores, inclusive a necessidade de realização de pequenas cirurgias, que até o momento não está disponível.
"O atendimento está ocorrendo em dois locais diferentes, um é para a urgência e a outra é apenas para clínico geral e algumas especialidades. A maior dificuldade da população, principalmente aquelas que não têm condições financeiras, é na realização de pequenas cirurgias, que não se faz em nenhum destes dois locais", explica Robson Gomes.
A insatisfação dos moradores do Monte Castelo já rendeu até manifestações da comunidade, em maio de 2013, nas quais exigiam a retomada e agilidade das obras que ficaram paradas durante um período.
Hospital do Monte Castelo pode ficar pronto no final de março
A construção do Hospital do Monte Castelo teve início em setembro de 2011, hoje as obras ainda estão em andamento, com prazo de término no final de março deste ano. É o que afirma o gerente de obras da SDU/Sul, Isaac Menezes.
"A empresa que hoje está no comando da obra está em um ritmo bom e a previsão é que o hospital seja concluído em março deste ano. Estão trabalhando na obra 40 pessoas, destes, 25 são funcionários fixos.
A expectativa é que a obra termine o quanto antes", afirma Isaac Menezes.
O gerente de obras da SDU/Sul destaca ainda que diversos fatores atrasaram a obra do hospital, entre eles mudanças na estrutura arquitetônica e no projeto de engenharia.
"Os motivos foram diversos, dentre as notificações estão alterações tanto na estrutura arquitetônica quanto no projeto de engenharia, que encareceram a obra, fazendo com que a empresa reincidisse o contrato, daí fizemos outra licitação com as devidas atualizações e estamos na expectativas para a conclusão", explica Isaac Menezes.
O Hospital do Monte Castelo, que começou os atendimentos em 1978, era caracterizado como uma unidade de pequeno porte, com apenas 18 leitos divididos para o atendimento pediátrico, clínico geral, feminino e masculino, além de dispor de atendimento de urgência 24 horas.
A nova estrutura terá 39 leitos distribuídos entre 28 enfermarias clínicas e 11 leitos pediátricos. Além de ganhar cinco consultórios, áreas modernas, auditório, novo estacionamento, casa de máquinas, lavanderia, espaço administrativo, cozinha, entre outros setores importantes.