Durante a execução das obras do programa Minha Casa, Minha Vida em São Luís, capital do Maranhão, uma surpreendente descoberta arqueológica veio à tona. Enquanto a construtora MRV desenvolvia um condomínio residencial no Sítio Arqueológico Chácara Rosane, localizado no bairro Vicente Fialho, foram encontradas 43 ossadas humanas e mais de 100 mil peças arqueológicas, como fragmentos de cerâmica, ferramentas de pedra, conchas e carvão.
O ministro das Cidades, Jader Filho, expressou sua surpresa diante do achado, classificando-o como um "fato incrível". As escavações, realizadas em colaboração com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), revelaram materiais raros que remontam a mais de 5 mil anos. O anúncio foi feito pelo ministro em suas redes sociais na última segunda-feira (8).
Anteriormente, pesquisas realizadas na década de 1970 pelo estudioso Olavo Lima indicavam a existência de um sítio arqueológico na região, mas a magnitude do local só foi revelada agora. As primeiras descobertas ocorreram durante a fase de licenciamento ambiental da obra, em 2019, quando foram encontradas peças em um sambaqui, um sítio arqueológico litorâneo composto principalmente por conchas de moluscos e outros restos alimentares.
A idade exata dos materiais encontrados está sendo determinada por meio de análises em curso, mas datações preliminares de sedimentos próximos indicam uma idade que varia entre cerca de 9 mil e 10 mil anos atrás. Pesquisas anteriores em outros sambaquis da ilha de São Luís sugerem que as peças podem ter sido construídas por povos catadores coletores que habitaram a região há mais de seis mil anos.
O material descoberto será objeto de estudo detalhado para aprimorar a compreensão de sua origem e contribuir para a história dos povos originários que ocuparam o local ao longo do tempo. (Informações da Agência Brasil)