Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que o consumo de álcool é maior entre pessoas de baixa renda. A pesquisa, no entanto, é contestada por pessoas que atuam na área de combate a essa droga, em Teresina. Segundo elas, o álcool chega a todas as classes sociais, sem distinção.
A pesquisa da Unifesp mostra que na classe E 71% bebem de forma exagerada; na C o índice é de 60%, na B de 56% e na A de 45%. A lógica se repete quando se analisa o crescimento do consumo excessivo entre os diferentes grupos sociais. Quanto menor a renda, maior o aumento no período avaliado, de 2006 a 2012. O estudo foi feito com base em dados de 4.607 pessoas com mais de 14 anos, coletados em 149 municípios.
O diretor do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, Mauro Passamani, disse que ainda não há um levantamento sobre o perfil das pessoas que frequentam o Caps AD em Teresina, mas ele afirma que essa não há predominância de pessoas de baixa renda. ?O álcool é muito democrático, ele atinge todas as classes socais. O Caps AD até recebe muita gente de baixa renda, mas isso se deve ao fato de ser um serviço público. Mas se formos analisar a prática do consumo de álcool de forma geral, em Teresina não há essa diferença que a pesquisa mostra?, afirmou.
O coordenador da Fazenda da Paz, Célio Luiz Barbosa, também discorda da pesquisa e afirma que a única diferença que há entre as classes sociais é o tipo de bebida consumida. ?Se você for em um bar na periferia da cidade você vai encontrar pessoas bebendo. Da mesma forma, se você for às casas de show e bares mais caros da zona Leste da cidade, você também vai encontrar pessoas consumindo bebidas alcoólicas. Então não dá para afirmar que em Teresina consomem mais álcool pessoas de uma classe social ou de outra?, afirmou.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 329 Caps, com capacidade para realizar 7,8 milhões de atendimentos ao ano. De 2011 para 2012, os procedimentos aumentaram 25,8%.