?Piauí - Obras que desafiam?. Esse é o título do livro de autoria do engenheiro e escritor Cid de Castro Dias. O autor faz um inventário das obras públicas estruturantes do Estado. Cid também é autor de outras obras literárias que tratam de grandes projetos no Piauí, como ?Caminhos do Rio Parnaíba?, ?Piauí Projetos Estruturantes?, e o livro histórico ?Piauí- das Origens à nova Capital?.
O Jornal Meio Norte vai abordar em uma série de matérias as obras que desafiam o Estado, como o controle das cheias em Teresina, a barragem de Castelo, a navegação do rio Parnaíba, Porto Seco, as eclusas da Boa Esperança, além do Porto de Luís Correia e a Transnordestina.
A primeira delas é o controle de cheias em Teresina através da Barragem do Castelo. Situada na confluência dos rios Poti e Parnaíba, a cidade de Teresina, antiga Vila do Poti, sempre esteve sujeita a periódicas inundações. Registros históricos assinalam enchentes calamitosas ocorridas nos anos de 1830 e 1840 que deixaram a Vila em situação de colapso, agravada por epidemias palustres. Por esse motivo, o Conselho Geral da Província, sediado em Oeiras, aprovou a Lei nº 140, de 29 de novembro de 1842, autorizando a Câmara Municipal do Poti a transferir a sede do município para local mais propício à saúde, à tranquilidade e segurança dos seus habitantes.
Cid Dias lembra que a primeira providencia concreta para solucionar o problema das enchentes na capital foi adotada no governo Alberto Silva (1971/75), com a construção de um dique de proteção às margens do rio Parnaíba, no percurso que vai das proximidades do Iate Clube de Teresina até o Poti Velho, no encontro dos rios, na Avenida Boa Esperança. Posteriormente o governador Freitas Neto (1991/94) prosseguiria com o dique pelas margens do rio Poti, até o conjunto Mocambinho, na Avenida Freitas Neto.
O autor explica que a antiga Vila do Poti inundava porque os rios transbordavam ao atingir níveis eventuais acima de sua calha, motivo da mudança da sede para local mais apropriado. Uma vez executados os diques de proteção, em cotas mais elevadas, o problema foi superado, porém surgia um novo impasse com o represamento das águas superficiais que não mais podem fluir para os rios.
?Na realidade, o rio Parnaíba, depois da execução desse dique de proteção às suas margens e o permanente controle de cheias efetuado pela CHESF na barragem de Boa Esperança, praticamente não tem causado inundação em Teresina. O grande vilão tem sido o rio Poti, que por não dispor de mecanismo de controle de cheias, inunda a cidade nas grandes enchentes. A solução está sendo esperada com a construção da Barragem do Castelo, obra que contará com o dispositivo de comportas móveis, mecanismo que nas vazões máximas, será capaz de reter grandes volumes de água e soltá-la gradativamente à medida que o nível do rio vai baixando?, pontuou.
Dique é paliativo para problema das cheias na capital
O rio Poti nasce na Serra da Joaninha, no Município de Quiterianópolis, no Estado do Ceará, a uma altitude de 600m e percorre 450Km até desaguar no rio Parnaíba, em Teresina. Sem barragens reguladoras de cheias, o rio Poti veio alagar grande parte de Teresina. A Prefeitura se Teresina chegou a anunciar que estenderia o dique do Mocambinho até o Bairro Água Mineral. "Uma solução pontual e paliativa para os mesmos problemas, além do que, sem dar prosseguimento ao dique, e nem elevar o nível da Avenida Marechal Castelo Branco as inundações continuariam a ocorrer nas margens do rio, inclusive na parte mais nobre da cidade, onde estão situados órgãos públicos como a Assembleia Legislativa, condomínios residenciais e os maiores shoppings da cidade", destacou Cid Dias.
O engenheiro aponta a regularização do rio Poti como solução para o controle das cheias que periodicamente alagam áreas da cidade de Teresina. "Por si só, esse beneficio - regularização do rio - já pesaria sobremaneira como argumento para defesa da obra. Recentemente a Secretaria de Infraestrutura - SEINFRA contratou o engenheiro Luís Hernani de Carvalho para desenvolver um novo projeto priorizando a regularização do rio para controle das cheias, e, sobretudo, em obediência ao Marco Regulatório firmado pelo Estado do Piauí e Ceará, que dispõe sobre estratégias de gestão de recursos hídricos nas bacias dos rios Poti e Longá", disse.