O copiloto que teria provocado a colisão do Airbus A320 da Germanwings nos Alpes franceses, matando a si mesmo e mais 149 pessoas, teria rompido o relacionamento com sua noiva e ainda estaria passando por tratamento psiquiátrico, segundo o tabloide "Bild". Policiais que vasculharam seu apartamento em Düsseldorf encontraram pistas significativas que indicam que ele sofria de doença psicológica, entre elas documentos indicando a presença dele em tratamento psiquiátrico e notas destruídas. No entanto, não se trata de uma carta de suicídio.
De acordo com um comunicado emitido pelos investigadores alemães, o copiloto tinha um atestado médico para não trabalhar no dia do desastre. Ele também teria destruído notas de médicos que indicavam que ele não estava bem o suficiente para o serviço. Não foi informado o teor das condições médicas das quais Lubitz sofria.
Algumas descobertas vieram à tona depois de policiais terem feito buscas na noite de quinta-feira no apartamento de Lubitz em Düsseldorf, além da casa em que o copiloto de 27 anos morava com os pais em Montabaur, ao norte de Frankfurt. Vários itens foram retirados, incluindo caixas e um computador, das duas propriedades. A mídia alemã disse que os investigadores descobriram provas de problemas de saúde mental.
— Encontramos algo que será submetido agora a testes. Não podemos dizer o que é no momento, mas pode ser um indício muito significativo para o que aconteceu — disse o porta-voz da polícia Marjus Niesczery, descartando que a descoberta se tratasse de um bilhete de suicídio.
Segundo o tabloide alemão, Lubitz teria rompido o relacionamento que mantinha com a noiva, com quem estaria junto há sete anos. Foi apontado um dia antes que eles estariam prontos para se casar no ano que vem.
O copiloto estaria passamento por um tratamento de um ano e meio, e um especialista teria recomendado que ele fosse reavaliado pela empresa por conta de "problemas emocionais". Ele ainda estava em tratamento, supostamente até o dia do acidente.
O jornal "Bild "também se refere a registros médicos confidenciais para afirmar que o copiloto passou por um "episódio fortemente depressivo", e que foi por isso que ele se interrompeu seu treinamento por vários meses, em 2008. O "Bild" também aponta que a escola da Lufthansa no Arizona, onde Lubitz treinou, teria considerado o jovem "não apto para voo".
O CEO da Lufthansa (matriz da Germanwings), Carsten Spohr, disse na quinta-feira que Lubitz só foi capaz de voltar a treinar depois de ter tido sua adequação "restabelecida", em 2008. O presidente da Associação de Pilotos da Aviação Civil, Ilja Schultz, pediu que não fossem tomadas "conclusões apressadas sobre o episódio antes da leitura das duas caixas-pretas".
Preocupado com o andamento das investigações, o premier francês, Manuel Valls, pediu que a Lufthansa entregue todos os dados que possua sobre Lubitz para o governo francês.