O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (30) reduzir de 5,5% para 5% ao ano a taxa básica de juros da economia, a Selic.
A redução da taxa já era esperada por analistas do mercado financeiro.
Com a decisão, a Selic chegou ao menor percentual desde 1999, quando começou o regime de metas para a inflação. O atual ciclo de redução dos juros começou em julho deste ano.
De acordo com o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, a expectativa dos economistas é que haverá mais um corte na Selic ainda neste ano, na próxima reunião do Copom.
A reunião está marcada para 11 de dezembro, e a previsão dos analistas é que a taxa ficará em 4,5% ao ano.
Selic e inflação
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a Selic, buscando o cumprimento da meta de inflação. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta central de inflação para 2019 é de 4,25% e, como o sistema prevê margem de tolerância, será considerada formalmente cumprida se ficar entre 2,75% e 5,75%. Para 2020, a o objetivo central de inflação é de 4% (tolerância entre 2,5% e 5,5%).
Quando a inflação está alta ou indica que ficará acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito e freando o consumo, assim, reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação tende a cair.
Se as estimativas para a inflação estiverem em linha com a meta, como ocorre no cenário atual, é possível reduzir os juros. Isso estimula a produção e o consumo.
Poupança
A redução dos juros básicos da economia afeta o rendimento das cadernetas de poupança.
Com a taxa abaixo de 8,5% ao ano, a remuneração da poupança corresponde a 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR), calculada pelo Banco Central. A norma vale para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.
Com a Selic a 5% ao ano, a correção da poupança será de 3,5% ao ano, mais a Taxa Referencial.
Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), a caderneta de poupança "vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano".