O tenente-coronel Djalma Beltrami, ex-juiz de futebol, foi libertado na madrugada deste sábado. Ele havia sido preso pela segunda vez em menos de um mês, sob suspeita de participação em um suposto esquema de propinas cobradas de traficantes de drogas, denunciado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.
O habeas corpus foi concedido na noite de sexta-feira, pelo plantão do Tribunal de Justiça do Rio. O coronel deixou a prisão por volta das 3h de sábado. Ele estava preso no Quartel General da PM, no centro do Rio.
Beltrami havia sido preso pela primeira na manhã do dia 19 de dezembro. Voltou à prisão na tarde da última quarta-feira, após decisão do juiz da 2ª Vara Criminal de São Pedro da Aldeia, o mesmo que havia decretado a primeira prisão dele.
A investigação da Polícia Civil, conduzida pelo delegado titular da Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói, Alan Luxardo, aponta a suposta omissão do coronel ao esquema de propina paga por traficantes do Morro da Curuja, em São Gonçalo, a policiais militares da unidade que era comandada por Beltrami. O coronel nega as acusações.
Beltrami assumiu o comando do 7º Batalhão após a saída do tenente-coronel Cláudio Oliveira, acusado há cerca de dois meses de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli.
O comandante também estava entre as equipe acionadas após o massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), em abril deste ano, quando um rapaz entrou na unidade e atirou contra diversas crianças e depois se matou. Doze pessoas morreram na ocasião.
Além da carreira na PM, Beltrami também exerceu a profissão de árbitro durante 20 anos. Conhecido nos gramados como "juiz linha dura", ele se despediu do cargo no primeiro semestre deste ano na decisão do Troféu Carlos Alberto Torres entre Madureira e Boavista.
Juiz da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro desde 1989 e da CBF desde 1995, o tenente-coronel Beltrami também participou da retomada do Complexo do Alemão em novembro do ano passado.