Na tarde desta terça-feira (22), por volta das 18h30, teve início em Pelotas, Rio Grande do Sul, o velório coletivo das nove vítimas do acidente envolvendo uma equipe de remo na BR-376, em Guaratuba, Paraná. A cerimônia está sendo realizada no clube Centro Português 1º de Dezembro.
Os caixões, muitos cobertos com bandeiras, foram transportados por militares, recebendo honras de remadores na entrada do clube. Centenas de pessoas estiveram presentes para acompanhar a chegada dos corpos, que foram recebidos com aplausos, criando um momento de grande comoção. No interior do clube, os caixões foram dispostos ao redor do salão principal, aguardando a confirmação dos horários de sepultamento, que dependem das decisões das famílias.
HOMENAGENS
Os corpos foram transportados de Curitiba (PR) em um voo da Força Aérea Brasileira, desembarcando em Pelotas por volta das 17h10. Caixões foram colocados em caminhões blindados do Exército, acompanhados por viaturas da Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e Corpo de Bombeiros, simbolizando a importância do evento. O governador do RS, Eduardo Leite, e a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, estiveram presentes para dar apoio às famílias.
O ministro do Esporte, André Fufuca, também se fez presente, expressando sua solidariedade. Ele destacou a dificuldade de encontrar palavras para confortar os familiares neste momento doloroso.
IDENTIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS
As vítimas, ligadas ao projeto "Remar para o Futuro", incluem sete jovens atletas com idades entre 15 e 20 anos, o coordenador do time e o motorista da van. As identidades são as seguintes:
- Oguener Tissot (coordenador), 43 anos, de Pelotas
- Samuel Benites Lopes, 15 anos, de São José do Norte
- Henry Fontoura Guimarães, 17 anos, de Pelotas
- João Pedro Kerchiner, 17 anos, de Pelotas
- Helen Belony, 20 anos, de Pelotas
- Nicole da Cruz, 15 anos, de Pelotas
- Angel Souto Vidal, 16 anos, de Pelotas
- Vitor Fernandes Camargo, 17 anos, de Pelotas
- Ricardo Leal da Cunha (motorista), 52 anos
SOBREVIVENTE RELATA ACIDENTE
João Pedro Milgarejo, o único sobrevivente do acidente, compartilhou sua experiência com a RBS TV. Ele estava dormindo na van no momento da colisão e descreveu o desespero ao acordar em meio aos destroços.
"Quando eu acordei, nem sabia o que tava acontecendo. Depois que eu fui ver que tava tudo desmoronado. [...] Quando eu saí daquela van, eu já sabia que ia ser só eu, não tinha como mais ninguém sobreviver", relembrou.
TRAGÉDIA
Brenda Madruga Freitas, de 18 anos, uma atleta que não estava no acidente, relatou sua angústia após ter retornado a Pelotas por problemas de saúde. Ela estava namorando Henry Fontoura Guimarães, uma das vítimas, e expressou sua dor pela perda. "Por que que Deus tirou essas pessoas? Mas, ao mesmo tempo, eu penso também que Deus deu um milagre para mim e para a minha mãe", disse.
Ricardo Leal da Cunha, o motorista que perdeu a vida, estava substituindo um amigo na viagem. Sua filha compartilhou detalhes sobre a confiança que o amigo tinha em seu pai, tornando a perda ainda mais significativa para a família. "O moço que ia fazer a viagem para eles não tinha mais data. Ele era conhecido do meu pai, confiava no meu pai e passou a viagem para o meu pai", disse Francielly.
O ACIDENTE
O trágico acidente ocorreu na noite de domingo, quando uma carreta tombou sobre a van da equipe de remo na BR-376. A Polícia Rodoviária Federal investiga a possibilidade de falha nos freios da carreta, que colidiu com a van, causando uma tragédia que abalou a comunidade de Pelotas e o mundo do esporte.
Essa tragédia ressalta a importância de iniciativas como o projeto "Remar para o Futuro", que visava incentivar a prática do remo entre jovens em Pelotas. O legado das vítimas será sempre lembrado, e a comunidade se une em apoio às famílias enlutadas.
Com informações do g1