Covid-19: “As pessoas chegam e morrem”, diz médico de Nova York

O sistema está sobrecarregado em toda a cidade. Não há mais respiradores.

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Os Estados Unidos se tornaram, nesta quinta-feira (26), o país com o maior número de casos de coronavírus no mundo, ultrapassando a China e a Itália. São agora o país com o maior caso da Covid-19, 85.356, um aumento de 16.916 casos em relação à contagem anterior. O número de mortes aumentou de 252 para 1.246. As informações são da Universidade Johns Hopkins.

E o pior cenário no país mais rico do mundo acontece em Nova York. Os hospitais da cidade já não dão conta de tanta gente. De quarta-feira (25) pra quinta-feira (26), cem pessoas morreram.

Em relato assustador (vídeo abaixo), um médico que trabalhou na última madrugada conta que o sistema está sobrecarregado na cidade inteira. “É o inferno. As pessoas chegam, são entubadas, elas morrem”, diz.

Reprodução/ TV Globo

“O 11 de setembro não foi nada comparado com isso. Naquela época, a gente estava de plantão esperando os pacientes mas eles não chegavam. Agora, eles não param de chegar. E não se iludam achando que só os mais velhos morrem ou vão ter a doença. Os pacientes são de todas as idades”, acrescenta.

Um enfermeiro da cidade também descreve um cenário desolador. “Na minha situação, já é um momento em que você tem que decidir na hora o que vai fazer e como vai fazer. A pessoa morre e você coloca a mesma máquina em outra pessoa. A única coisa que peço a todos agora é que fiquem em casa”, afirma.

O governador Andrew Cuomo anunciou nesta quinta-feira (26) a abertura de um novo hospital de campanha em cada uma das cinco regiões da cidade, além dos quatro que já estavam previstos e do navio militar com mil leitos que vai ancorar no porto em abril.

O governo também está negociando com hotéis para que cedam os quartos para atender os doentes. Mas tudo isso só vai virar realidade, no mínimo, daqui a uma semana.

Muitas pessoas que estão seguras, em casa, se mostram dispostas a se arriscar. Só na quarta-feira (25), 12 mil se voluntariaram para trabalhar no cuidado aos doentes em Nova York e 6 mil profissionais ofereceram ajuda psicológica de graça.

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