Passados 37 dias desde a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, a transmissão no país está em fase inicial, mas a alta incidência de casos em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas) e no Distrito Federal já indica uma transição para fase de aceleração descontrolada nesses locais. A avaliação consta de novo boletim epidemiológico sobre a doença elaborado pelo Ministério da Saúde e divulgado neste sábado (4). Com informações da Folha.
No documento, antecipado pela Folha, a pasta faz uma revisão da trajetória do vírus e reconhece gargalos diante de uma grande crise, com a falta de insumos e equipamentos.
Para fazer a análise, o documento aponta quatro fases para a epidemia: localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle. A avaliação da pasta é que, em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas e no Distrito Federal, a taxa de incidência já fica acima da nacional, de 4,3 casos por 100 mil habitantes. No Distrito Federal, já é quase o triplo: 13,2.
Um dos principais motivos é a falta de estrutura da rede de saúde. Segundo o documento, a rede atual de laboratórios é capaz de processar 6.700 testes por dia. No momento mais crítico da emergência, porém, serão necessários 30 mil a 50 mil testes por dia.
Os leitos de UTI e internação também não estão ainda "devidamente estruturados e em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia", diz a pasta, que aponta ainda "elevado risco para o SUS".