Embora não existam ainda estatísticas oficiais, o Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP faz um alerta para o crescimento da violência contra crianças durante a pandemia.
O presidente da instituição, Marco Gama, observa que em uma situação de isolamento social, as possibilidades das crianças pedirem socorro tornam-se ainda mais restritas.
Estatísticas levantadas no ano de 2018 mostram que 83% dos agressores foram o pai e a mãe e que, em 60% dos casos, as agressões ocorreram dentro de casa.
Para o especialista, a pandemia criou um ambiente satisfatório para os agressores de mulheres e crianças, considerando que o número de feminicídio também cresceu. “As agressões aumentaram durante a pandemia e as chances de defesa das crianças diminuíram”, alerta Marco Gama que defende a criação de uma rede técnico científica para combater maus-tratos contra crianças e adolescentes envolvendo a SBP, a Justiça, a Polícia Civil e o Ministério Público.
CONSEQUÊNCIAS
A violência infantil traz consequências graves para criança. De acordo com o professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), Daniel Monnerat, especializado em psiquiatria infantil, diferentemente de pacientes adultos, uma criança vítima de violência pode apresentar quadros de depressão e ansiedade. Além de perda de interesse em atividades antes prazerosas e humor deprimido, esses quadros podem ser caracterizados por aumento de irritabilidade, isolamento social, alterações de sono e no apetite.
Com informações da Agência Brasil