Crise de consumo na Argentina: vendas despencam até 45% impactando diversos setores

A crise de consumo na Argentina levou a uma queda de quase 50% nas vendas, impactando fortemente os setores de bens de consumo duráveis, supermercados e farmácias.

Criste na Argentina impacta diversos setores, entre eles o de restaurantes e supermercados | Pablo Rodriguez/Folhapress
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A crise de consumo na Argentina impactou fortemente vários setores, com vendas despencando até 45% em bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e eletrônicos. Setores como o de supermercados até mesmo o de farmácias enfrentam dificuldades mesmo com a demanda por produtos essenciais.

RECESSÃO ECONÔMICA PERSISTE: Os primeiros meses de 2024 testemunham a escassez de resultados positivos para negócios vinculados ao mercado interno. Embora o Índice de Preços ao Consumidor tenha registrado uma queda nos últimos meses, a recessão econômica persiste, especialmente entre os setores ligados aos salários e ao emprego.

"Estamos diante de um processo inédito, com um ajuste que era considerado inevitável pelos consumidores e que está levando todas as empresas a redefinir suas estratégias de negócios", explica Guillermo Oliveto, titular da consultoria W, em reportagem do O Globo.

INFLAÇÃO NA ARGENTINA: Embora a desaceleração da inflação seja um sinal positivo para empresas voltadas para o mercado interno, a falta de melhoria no poder de compra dos salários continua a complicar a situação. A consultoria MAP relata uma queda média de 10% no consumo nos primeiros três meses de 2024, com uma projeção de recuo de 6% para o ano todo, prevendo uma recuperação apenas em 2025.

SETORES MAIS IMPACTADOS: O setor de alimentos e medicamentos é especialmente afetado, com uma queda de 10% nas vendas de produtos básicos. Nas farmácias, as vendas em volume caíram em média 11%, chegando a 13% em áreas mais carentes. 

IMPACTO NO E-COMMERCE: Até mesmo o comércio eletrônico, que parecia imune à crise argentina, enfrenta desafios, com uma queda de 5% nas vendas no primeiro trimestre em comparação com o ano anterior. Os eletrodomésticos estão entre os setores mais afetados, com vendas em média 40% abaixo de 2023. Produtos como consoles de videogame, celulares e geladeiras registram quedas significativas, entre 30% e 55%.

MUDANÇA DE HÁBITOS DE CONSUMO: Adrián Ecker, presidente do Mercado Livre na Argentina, observa que a recessão e a inflação alta estão alterando os hábitos de compra dos consumidores, levando a uma migração para itens mais baratos e uma cautela maior nas despesas.

"Há uma migração do consumo para itens de menor valor, por um lado impulsionado pela mudança no mix de categorias e, por outro lado, por uma maior participação de produtos mais baratos nas vendas de uma mesma categoria. Também vemos um crescimento no número de visitas à plataforma. Só que hoje os usuários são mais cautelosos na hora de fazer a compra, reduzindo a despesa e gastando mais tempo comparando opções", explicou Ecker, reportagem do O Globo.

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