O Balneário Curva São Paulo, localizado na zona Sudeste de Teresina, vive situação de abandono, segundo os permissionários. O local que antes era bastante movimentado está com os banheiros com defeito, boxes destruídos por enchentes e sem local adequado para que os visitantes possam tomar banho. Enquanto uma solução concreta não vem, a prefeitura tenta revitalizar o espaço com atividades culturais.
Atualmente o Balneário Curva São Paulo conta com 20 permissionários que possuem boxes fixos no espaço. Lá são vendidas refeições e bebidas para as pessoas que frequentam o espaço. Acontece que essas vendas estão bem fracas em razão da falta de clientela.
Para a permissionária Francisca Gomes Brito Félix, que já está há 14 anos na Curva São Paulo, a situação é degradante, e traduz-se em prejuízos, principalmente em razão da estrutura: “Aqui a gente tem muito prejuízo. O primeiro prejuízo foi a primeira enchente, e a segunda enchente arrasou com tudo. E a prefeitura nunca tirou uma pedra do chão para arrumar. A cobertura da palha está horrorosa, a minha não porque fiz empréstimo para pagar.
A madeira também está podre, do meu boxe tive que tirar vários caibros porque tava tudo ruim. Aqui quando chove a água sai pelas tomadas e pinga das lâmpadas porque a estrutura de cima não presta. Se aqui tiver um curto-circuito isso aqui tudo vai para os ares”, reclama.
Segundo Francisca, o que acabou com o Balneário Curva São Paulo foi a nova estrutura cedida pela prefeitura: “Isso aqui tem 20 anos de existência; com a nova estrutura tem oito. Antigamente quando era domingo, o rio ficava preto de cabeça de gente tomando banho. Hoje em dia não tem mais. Acabaram, essa estrutura que fizeram acabou com o banho da Curva São Paulo. Agora mandaram botar esses chuveiros aí, mas quem é que sai de casa para banhar de chuveiro? Banho de chuveiro a gente toma em casa”, afirma.
Em razão da má estrutura, ela duvida que as pessoas tenham interesse em frequentar o espaço assiduamente: “As pessoas vêm aqui, veem uma barraca daquela, só o bagaço, com tudo podre, tudo sujo e desarrumado, sem banheiro nem nada, quem é que quer vir de novo?”, diz Francisca.
Já para Luiz Gonzaga Pereira e Silva, presidente dos permissionários da Curva São Paulo, o que mais falta é incentivo por parte do poder público: “Aqui falta incentivo. A prefeitura agora está se propondo, mas é difícil comprar duas caixas de cerveja, passar um mês e não vender”, declara.
Permissionários tiram do bolso as reformas
Assim como Francisca, a permissionária Antônia Maria do Nascimento, conhecida por “Tunica, a rainha da noite”, reclama da falta de investimento da prefeitura para com os permissionários que tiveram suas estruturas danificadas:
“Nós estamos precisando de mais divulgação e que a prefeitura venha consertar esses boxes que a enchente destruiu, isso já tem mais de oito anos. E também as coberturas dos boxes, que já cansamos de pedir. Eu mesma tive que fazer a minha, do meu bolso, e gastei R$ 1.800 para tirar a palha velha e botar uma nova”, explica.
Sobre o banho, Antônia também acredita que é necessária uma solução urgente para a situação: “O que está faltando aqui é resolver essa história do banho, porque aqui é um balneário, um ponto turístico, e nem banho tem.
Não tem entrada para o rio e é só mato lá dentro. O pessoal só vem aqui para beber”, finaliza.
Prefeitura quer revitalizar o espaço
A Prefeitura Municipal de Teresina, por meio de órgãos como a Secretaria Municipal de Economia Solidária (SEMEST) e a Secretaria Municipal de Juventude (SEMJUV), está com um projeto de revitalização do Balneário Curva São Paulo. Na programação, cultura e cidadania para atrair novos frequentadores ao espaço que outrora era bem mais visitado.
Neste primeiro momento, planeja-se a realização de atividades culturais na Curva São Paulo: “O grande problema daqui é a falta de visitantes, e a prefeitura quer trazê-los de volta. Vamos fazer atividades culturais aqui aos domingos, chamado ‘Cultura na Curva’. Isso faz parte do processo de revitalização do balneário”, destaca Luis Gonzaga Sampaio, secretário executivo da SEMEST.
As atrações musicais ficam por conta do projeto “Garagem Cultural”: “Nós estamos trazendo atrações de música através do projeto ‘Garagem Cultural’, em que as bandas que não têm onde se apresentar ganham um espaço, que no caso é a Curva São Paulo, e damos toda a estrutura de som e palco”, aponta Júnior Dourado, coordenador de Educação e Cultura da SEMJUV.
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