Custos vão triplicar com implantação do passe livre, diz Setut

Segundo a categoria, seria mais favorável à administração pública municipal manter o atual sistema de bilhetagem eletrônica

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Representantes do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Teresina (Setut) se reuniram nesta quinta-feira (14), na sede da associação, para debater sobre a implantação do sistema de tarifa zero para pessoas de baixa renda nos ônibus da capital.

Segundo a categoria, não é possível fornecer esse serviço e seria mais favorável à administração pública municipal manter o atual sistema de bilhetagem eletrônica para todos os passageiros e investir em melhorias, como no aumento da frota dos transportes.

Setut convoca coletiva para tratar sobre tarifa zero em Teresina (Foto: Raissa Morais)

“A ideia é muito interessante, já está sendo discutida em nível nacional, como vemos, mas é preciso buscar subsídios porque isso é um caminho sem volta. Acho que isso não dá para fazer de uma hora para a outra, é preciso rever essas questões que dão conta de financiamento e repasse de subsídios”, falou Marcelino Lopes, vice-presidente do Setut.

Marcelino citou que a Prefeitura de Teresina não está conseguindo suprir o repasse de R$ 5 milhões mensais para o funcionamento dos 220 ônibus que atendem a população no município. Com a implementação da tarifa zero para passageiros de baixa renda, ele prevê que será necessário manter o triplo desse valor disponível para os consórcios.

“Com o passe livre, os custos vão triplicar. Só vamos saber, na verdade, sentando todos os consórcios quanto ao valor total que as empresas devem receber. Talvez, fique mais barato para a Prefeitura melhorar a qualidade do transporte. Por isso, temos que ensaiar essa novidade, é impossível implementar esse sistema do dia para a noite”, contou.

O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, anunciou na quarta-feira (11) que será implantado em Teresina o Programa Municipal Passe Livre, que consiste na oferta da tarifa gratuita nos ônibus para a população vulnerável da capital.

O secretário municipal de governo, André Lopes, informou que a ideia é que os valores pagos por empresas e órgãos públicos para a compra dos vales transportes dos funcionários/servidores sejam passem a ser pagos para a prefeitura e destinados a um fundo municipal de transporte.

Segundo o prefeito, a Prefeitura está nas tratativas finais na questão financeira, mas todo investimento feito para beneficiar as pessoas mais simples, que não têm emprego e, se tem trabalho, possuem dificuldade para vir ao centro. "Todos irão ganhar", afirmou.

"Essa nova está sendo feita repactuação com as empresas de Teresina, caso não queiram, uma parte já aceitou, então chamaremos de fora", disse. O prefeito acredita que a Câmara Municipal não será contra, assim como a justiça.

André Lopes explica funcionamento do programa

O secretário de Governo, André Lopes, afirma que levantamento preliminar feito pela PMT aponta a forma como as empresas serão remuneradas, que passará a ser por quilômetros rodados.

O secretário André Lopes explica que a ideia é dar gratuidade à população de baixa renda e explicou que o trabalhador de carteira assinada tem desconto no contracheque que é majorado ao empregador e repassado ao Setut para custear o transporte. 

“A intenção da Prefeitura é que esse recurso ajude a subsidiar o transporte livre para a comunidade. Esse desconto no contracheque feito pelo empregador será usado para subsidiar o fundo de transporte em que a principal mudança a ser feita nos contratos com as empresas, pelo menos no estudo preliminar feito pela Strans, e que considera a melhor maneira de remunerar os contratos é por quilômetro rodado, eliminando o fator usuário do sistema.

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