Por: Waldelúcio Barbosa
Nascida em Teresina, mais precisamente no dia 29 de maio de 1985. A nutricionista e escritora piauiense Dani Marques saiu da Maternidade Dona Evangelina Rosa e foi direto para casa onde mora – no bairro Mocambinho – e de lá ainda não saiu. Cresceu sozinha, sendo filha única, mas os livros sempre foram ótimos amigos, e foram seus companheiros de sempre.
A escritora também fez e faz ótimas amizades, cultivando amigos desde a infância, e algumas novas, mais recentes, não menos importantes, e por incrível que pareça, as fez por causa do amor aos livros. Formada em Licenciatura em Química pela UESPI e Nutrição pela UFPI, atualmente está terminando sua pós-graduação e pretende fazer mestrado na área de Nutrição. Seus dias são divididos entre a escrita, os estudos, e a maternidade.
Dani começou a colecionar cadernos com suas anotações aos 12 anos e os paradidáticos escolares foram seus primeiros contatos, na adolescência passou a apreciar os livros do Sidney Sheldon, mas também tem como referencial autores como Jorge Amado, Fernando Sabino, Luís Fernando Veríssimo, Clarice Lispector. Na fase adulta, descobriu novas autoras, como Lygia Fagundes Telles, Carolina de Jesus, Conceição Evaristo, e sua atual paixão: Virginia Woolf.
Com a proposta de tentar se aproximar ao máximo de uma conversa com o leitor, abordando temas próximos a sua realidade, Dani Marques escreveu “Textos feitos em momentos (in)oportunos”, uma coletânea pequena de textos que foram feitos em momentos em que se sentiu tocada positivamente, ou negativamente, pela maternidade real.
Dani Marques também é uma das mediadoras do ‘Leia Mulheres” Teresina, colunista no site “Malamanhadas”, assumiu como 1ª vice-presidente-coordenadora da AJEB - PI (Associação de Jornalistas e Escritoras do Piauí – Coordenadoria Piauí) e idealizadora do fanzine “Desembucha, mulher!”, que divulga e realiza saraus das publicações das escritoras.
JMN: Em que momento se descobre escritora e quais suas referências na literatura?
Dani Marques: Sempre fui muito inquieta, e as leituras foram despertando em mim questionamentos. Esses acabaram saindo da mente e foram pro papel. Por volta dos 12/13 anos comecei a colecionar cadernos com meus escritos, mas perseguida pela síndrome da impostora, de achar que não eram bons o suficiente (talvez não fossem), queimei todos eles. Continuo achando que não são bons o suficiente, a diferença é que hoje sou um pouco menos insegura para divulgá-los. Sobre meus gostos e influências literárias, os paradidáticos escolares foram meus primeiros contatos, na adolescência passei a devorar os livros do Sidney Sheldon – cheguei a ler quase todos dele – e fui descobrindo novos autores, pois sempre pegava os livros dele na biblioteca do SESC, ali na avenida Maranhão. Nisso, passei a ter contato com Jorge Amado, Fernando Sabino, Luís Fernando Veríssimo, Clarice Lispector. Na fase adulta, tomei conhecimento dos russos, descobri novas autoras, como Lygia Fagundes Telles, Carolina de Jesus, Conceição Evaristo, e minha atual paixão: Virginia Woolf.
JMN: Seus textos seguem que tipo de linguagem? Qual seu ritmo de produção?
DM: Minha linguagem tenta se aproximar ao máximo de uma conversa com o leitor, abordando temas próximos a sua realidade. Gosto de trazer minhas oposições à maternidade romantizada, recentemente me atrevi a escrever contos. Tento escrever todos os dias, mas nem sempre é possível.
JMN: Qual a história do livro “Textos feitos em momento (in) oportunos”?
DM: “Textos feitos em momentos (in)oportunos” é uma coletânea pequena de textos meus que foram feitos em momentos em que me senti tocada positivamente, ou negativamente, pela maternidade real, aquela que as revistas não mostram. Traz também um pouco da Dani filha, e não apenas a mãe. Comprem para saber mais! Risos.
JMN: Como avalia a produção literária de mulheres no Piauí? Qual a importância desse movimento?
DM: No Piauí possuímos ótimas escritoras, mas precisamos estudá-las, conhecê-las. No começo do ano lancei um fanzine, “Desembucha, mulher!” com prosa e poesia de autoras piauienses já publicadas, ou não. Fiz um apanhado, convidei essas autoras a me mandarem seus textos, e assim aumentar a projeção delas, para tornarem-se conhecidas. O “Leia Mulheres” também trabalha com autoras piauienses com esse mesmo propósito, ajudando a dar uma movimentada nas livrarias, colocando mais mulheres nas nossas estantes.
JMN: Tem trabalhado em que projetos?
DM: No momento sou uma das mediadoras do ‘Leia Mulheres” Teresina (clube de leitura que se reúne todos os meses), sou colunista no site “Malamanhadas”, assumi como 1ª vice-presidente-coordenadora da AJEB - PI (Associação de Jornalistas e Escritoras do Piauí – Coordenadoria Piauí) e idealizadora do fanzine “Desembucha, mulher!”, e realizamos saraus, além das nossas publicações.
JMN: Ainda existe muita resistência para a produção literária?
DM: Sim, demais! As editoras tendem a lançar escritores que estão no eixo Rio-São Paulo, não à toa presenciamos um crescimento das editoras independentes atualmente, pois chega um ponto que é preciso agir, já que não há uma abertura do mercado editorial para autores iniciantes. Fiquei muito alegre em saber que um autor independente e nordestino, foi vencedor do Prêmio Jabuti, agora em 2018. Para mim que produzo e publico de forma independente, serviu como um incentivo, um gás para continuar.
JMN: O que costuma fazer nas horas livres?
DM: Risos. Não tenho horas livres. Como a minha vida serve de pano de fundo para minha escrita, quando tenho tempo livre, estou escrevendo, ou criando algo. Mas podemos dizer que sempre estou lendo, raramente vejo um filme, gosto de levar minha filha para passear, e de estar com meu companheiro. (Por Waldelúcio Barbosa)