O advogado Walter Macário dos Santos Filho afirmou nesta terça-feira que o universitário apontado como um dos suspeitos de agredir um casal gay no dia 1º de outubro na região da avenida Paulista (centro de São Paulo) deu apenas um tapa em uma das vítimas em resposta a uma provocação.
"Ele reagiu com um tapa após uma injusta provocação. Ele ouviu do rapaz: "não pega mulher nenhuma", e deu um tapa na altura do pescoço. Ele nem sabia que os rapazes eram gays", disse Santos Filho.
O cliente dele, identificado apenas como Daniel, 26, deverá prestar depoimento no Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) na próxima segunda-feira. Segundo o advogado, ele está arrependido e constrangido com a repercussão que o caso ganhou.
Daniel e o outro suspeito, que não teve o nome informado, foram reconhecidos ontem por uma das vítimas e por testemunhas, de acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública). "Eram eles mesmo. Na hora em que eu bati o olho já reconheci", disse o analista fiscal Marcos Villa, 32, vítima da agressão.
Villa e seu namorado foram agredidos após saírem do bar Sonique, na região avenida Paulista, por volta das 4h do dia 1º. Eles seguiam em direção à rua da Consolação e pararam em um posto de gasolina para comprar cigarros. Na fila do caixa, foram ofendidos por dois homens e discutiram com eles. Após sair do posto, o casal foi agredido pela dupla.
O namorado de Villa teve uma perna quebrada e, após atendimento na Santa Casa de Misericórdia, voltou para casa. Na terça-feira (4), ele sentiu dores de cabeça, procurou atendimento, e descobriu que estava com uma fratura no crânio, com hemorragia. Ficou internado no hospital Nossa Senhora de Lourdes e teve alta nesta segunda-feira.