A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por três votos a um, revogar a decisão liminar que há pouco mais de dois meses deu a liberdade ao goleiro Bruno Fernandes de Souza, 32, que se apresentou à polícia no fim da tarde desta terça-feira (25), mas foi liberado por falta de mandado de prisão.
O advogado de defesa, Lúcio Adolfo, chamou de "obscuridades" na votação da Primeira Turma do STF. "Ontem eles deveriam decidir sobre o habeas corpus, mas teceram profundos comentários sobre o julgamento (de Bruno, ocorrido em 2013). Eles pré-julgaram. Para revogar a liberdade, começaram a analisar a conduta, o comportamento do Bruno. Não cabia a eles fazer isso naquele momento. Vamos entrar com um embargo de declaração para sanar as obscuridades que o acórdão (do STF) deixou", disse.
Para Adolfo, os ministros extrapolaram o assunto que deveria ser julgado naquela sessão do STF. Os advogados de Bruno estudam também as alternativas de pedir a progressão do regime do esportista para o semiaberto e a autorização para trabalhar.
Segundo o advogado, não procede o argumento de que a liberdade de Bruno foi garantida pela protelação da defesa. Há três meses, o ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu o benefício ao goleiro de esperar solto a conclusão da ação penal. Ele estava preso havia quase sete anos, condenado na 1ª instância, mas sem o julgamento de 2ª instância.
Na avaliação do advogado, a Justiça "mudou as regras no meio do jogo". Até por isso, Bruno agora parece abatido, triste, segundo ele, mas conformado de voltar à cadeia.