A Delegacia Especializada em Crimes de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro agora funciona com sede própria, dentro da Corregedoria da Polícia Civil. A autarquia sai do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) e passa a agir de forma independente, seguindo uma tendência de combate à corrupção fortalecida pelo Ministério da Justiça. A delegacia inaugura com mais de 100 inquéritos para tocar as investigações.
“Mais devem ser abertos ao longo do ano, então será muito trabalho. Mas, sem dúvidas, é um grande ganho para o Piauí”, adianta Ferdinando Martins, delegado responsável. “Essa atual gestão dentro da Secretaria de Segurança e da Delegacia Geral está seguindo o padrão nacional de investir no combate à corrupção e lavagem de dinheiro. O atual delegado geral assumiu com essa missão. Estruturamos a unidade e dotamos de pessoal e já estamos investigando mais de 100 inquéritos que herdamos da Greco”, acrescenta.
O atual modelo foi instigado pelo ministro Sérgio Moro, que no momento enfrenta uma série de polêmicas pelo vazamento de conversas via Telegram com membros do judiciário. “Como todos sabemos, o tema corrupção é bem instigante. Ele está em pauta em nível nacional. O atual Ministério da Justiça se dispôs a oferecer cursos e equipamentos para desenvolver técnicas que possam combate estes tipos de crimes”, aponta Ferdinando.
As investigações de combate à corrupção exige muito conhecimento por parte dos policiais civis, que são os agentes responsáveis por este tipo de operação. “Investigar corrupção e lavagem de dinheiro é algo técnico e específico. Inclui quebra de sigilo bancário, telemático, apuração de levantamento patrimonial de alvos, empresas. Além de descobrir como o dinheiro circula. Nossos policiais estão se capacitando para isso”, revela o delegado.
A delegacia foi instituída com publicação do Diário Oficial do Estado (DOE) na última sexta-feira (7). “A delegacia foi recentemente inaugurada e instituída. Estamos recebendo os inquéritos do Greco e desenvolvendo trabalhos contra esses crimes. A corrupção é uma chaga nociva que prejudica basicamente toda a fundamentação da sociedade. Deixa de chegar recursos na saúde, educação e segurança, prejudicando toda a população”, considera Ferdinando Martins.
A corrupção ainda é um problema grave no Estado e no resto do país. “O Piauí não é diferente do Brasil. A corrupção ainda é bem sistêmica. Tentamos com esse trabalho minimizá-la e mostrar que os órgãos de controle estão atentos às práticas ilícitas da administração pública”, finaliza o delegado.