O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 7, durante as comemorações dos 211 anos do Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio, que vai cumprir sua missão de governar o Brasil "ao lado das pessoas de bem", e que a liberdade e a democracia só existem "quando as Forças Armadas assim o querem".
Em discurso de cerca de quatro minutos, Bolsonaro ressaltou que quer estar ao lado "daqueles que amam a Pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhantes à nossa (Brasil), e daqueles que amam a democracia e a liberdade".
Bolsonaro afirmou ainda que vai aprovar a reforma da Previdência e que os militares serão incluídos "respeitando as especificidades de cada Força (Marinha, Exército e Aeronáutica)".O presidente saiu sem falar com a imprensa dois dias depois de ter postado na internet um vídeo considerado pornográfico e escatológico, que foi retirado do ar, e gerou críticas entre aliados e opositores.
Oposição critica fala
A declaração dada pelo presidente foi alvo de críticas da oposição. O candidato derrotado à Presidência Fernando Haddad (PT) escreveu que Bolsonaro deveria ter atendido à imprensa para explicar o raciocínio. A presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT-RS), mostrou indignação. "Essa pessoa não tem limites na agressividade", tuitou. "A democracia foi conquistada pela sociedade brasileira, não é objeto de tutela ou permissão", escreveu Gleisi, para quem a democracia tem inimigos no grupo político do presidente.
Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL fluminense, lembrou o trecho da Constituição Federal que diz que "todo poder emana do povo" e disse que a fala do presidente pode ser interpretada como uma mensagem que insta os militares a uma postura antidemocrática. "Mais uma vez comete crime de responsabilidade e atenta contra a dignidade do cargo. Pior, constrange os militares a assumirem o autoritarismo", tuitou o deputado referindo-se ao presidente.