A epidemia de dengue neste ano no Estado de São Paulo tem provocado, em média, mais de uma morte por dia.
Desde o início do ano, já são ao menos 122 óbitos, segundo levantamento em 60 dos 645 municípios paulistas. Esse é o maior número em quatro anos e um dos mais altos da série histórica do Ministério da Saúde.
O pico da doença, no entanto, ainda não chegou. Isso deve ocorrer entre o fim de abril e o começo de maio, devido ao comportamento do clima e à sazonalidade do mosquito transmissor.
Em todo o Estado, neste ano, a doença atingiu até agora 167,1 mil pessoas, o que colocou São Paulo em estado epidêmico –quando há ao menos 300 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Chama a atenção a concentração dos casos em seis municípios. Eles representam cerca de 3% da população do Estado e, ao mesmo tempo, mais da metade (57%) da letalidade da doença: Catanduva (18 mortes), Sorocaba (15), Limeira (12), Itapira (9), Penápolis (8) e Marília (8).
Campinas, a terceira maior cidade do Estado, atestou até agora quatro mortes pela doença e ainda analisa cinco óbitos. Ao todo, já são 22.544 casos confirmados.
Na capital, com 10,6 mil casos confirmados, são quatro mortes confirmadas e outras sete em análise –na cidade foram 14, ao todo, em 2014.
Nesta quinta-feira (16), diante do agravamento da situação e de filas de pacientes nas redes pública e privada, o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou que 50 profissionais do Exército irão auxiliar no combate à propagação da dengue.
Tendas para ampliar o atendimento foram montadas em alguns bairros com o maior número de casos.
No Estado, o total de mortes por dengue até agora supera todo o ano passado, 90. Ao menos outras 91 mortes atribuídas à ação do Aedes aegypti seguem sob análise do Instituto Adolfo Lutz.
Pelas informações passadas pelos municípios, a maioria dos óbitos é de pessoas idosas, geralmente já debilitadas por outras doenças.
Em cidades como Catanduva, Marília, Bauru, Itapira e Guararapes, nas regiões norte e noroeste do Estado de São Paulo, as autoridades de saúde avaliam que o pior já passou e que a doença agora começa a dar sinais de arrefecimento, ao contrário da previsão geral para o Estado feita por especialistas e pelo Ministério da Saúde.
A volta do vírus tipo 1 da doença em regiões onde ele estava adormecido é uma das razões levantadas para o cenário de avanço da dengue.
A Secretaria da Saúde do Estado montou uma operação de auxílio aos municípios para tentar controlar as contaminações. A pasta investiu R$ 6 milhões com a contratação de novos agentes e compra de equipamentos.
A perspectiva é que, até o ano que vem, o país conte com uma vacina eficaz contra os quatro sorotipos.