Descarte irregular de lixo ainda é problema na capital

No ano de 2019, o Programa Lixo Zero procedeu em torno de 1.300 autuações entre notificações e multas aplicadas.

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Manter a cidade limpa é responsabilidade de toda a população e contribuir com a manutenção da limpeza urbana integra também o abandono da prática do descarte inadequado de lixo em vias, terrenos, canais e rios. No entanto, o cuidado com o bem público e meio ambiente não é uma atividade bem exercida por alguns moradores de várias partes da capital.

A população que frequenta a Avenida Marechal Castelo Branco, via que interliga a zona Sul à zona Norte, para realizar atividades de lazer e esportes se depara com um intensa quantidade de lixo. Resíduos sólidos são depositados na beira da calçada e até mesmo nas proximidades do rio Poti. 

Crédito: José Alves Filho

O desrespeito à natureza produz os resultados tenebrosos da poluição. Mau cheiro e potenciais criadouros de mosquitos e poluentes de solo e rio prejudicam a paisagem que deveria ser limpa e bem tratada pela população. Os pontos mais críticos são notificados após a Ponte Estaiada João Isidoro França, indo até a Ponte da Primavera, onde o lixo assusta e afasta quem pretende frequentar o local.

Durante uma caminhada matinal, Josimar Ferreira, funcionário de um frigorífico, não gostou do que viu. “Muito feio, parece um local abandonado. A Prefeitura tem que limpar, mas pessoas também precisam ajudar”, disse.

Nas proximidades das trilhas para ciclistas e campos de futebol, a preocupação é com entulhos como cacos de vidro e demais objetos cortantes que ampliam o perigo.

“É uma vergonha, um descaso do poder público. Uma avenida importante, muito visitada e próxima a um shopping. Você vê muito lixo, animais abandonados e insegurança”, expressa José Luiz da Silva, servidor público federal.

“O descarte irregular de lixo é uma problemática desafiadora para vários municípios, inclusive para Teresina, embora tenhamos fiscalização dedicada no combate através do Programa Lixo Zero”, disse Lílian Guimarães, coordenadora de Limpeza Pública da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh).

Zona Sul tem mais pontos irregulares de lixo

No ano de 2019, o Programa Lixo Zero procedeu em torno de 1.300 autuações entre notificações e multas aplicadas. Desse total, a Semduh aponta que 60% dessas autuações foram para pessoas jurídicas, ou seja, para empresas, e 40% pessoas físicas.

“A zona que se destacou negativamente com esse índice foi a zona Sul, com 35% dessas autuações, seguido da zona Norte e Leste, e por último a zona Sudeste, com 17%”, detalha Lilian.

A coordenadora informou que a fiscalização do Programa, além de passar pela parte punitiva, também educa na divulgação de locais de recebimento de resíduos que a Prefeitura possui. Ao todo, são 53 Pontos de Recolhimento de Resíduos (PRRs) em áreas onde a população costumava descartar lixo de forma indevida.

Crédito: José Alves Filho

Punição

A punição baseia-se desde notificação a multas, que variam de R$ 354,00 a R$ 3.540,27, dependendo da gravidade da infração.

“Mas as implicações não param por aí, portanto, além dessas punições pecuniárias, empresas também podem sofrer cassação do seu alvará de funcionamento, licenças ambientais e inclusive denúncias ao Ministério Público, já que isso é tipificado em lei como crime ambiental”, frisa Lilian Guimarães.

Lixo em galerias

A Semduh de Teresina pede a conscientização da população. Recentemente foi realizada a limpeza de uma galeria e bocas de lobo da Vila Madre Tereza, que estava entupida de lixo, como  colchões, móveis, lixo domiciliar e entulho de construções. 

“Temos locais recorrentes, como a Avenida Josué de Moura Santos, zona Norte, na zona Leste temos a Vila de Madre Tereza, assim como outros  pontos. A comunidade também pode contribuir com a fiscalização,    fazendo denúncia por meio do Colab ou do próprio programa Lixo Zero”, informou.  

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