A intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não foi o suficiente para salvar a vida da jovem Rafaela, 16. Os maiores vilões: a burocracia e a falta de sensibilidade. Nesta segunda-feira, 17, a adolescente veio a óbito.
A jovem tinha um tumor no nariz e estava há um mês no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) à espera de autorização para ser transferida para o Hospital São Marcos, onde receberia tratamento adequado.
O seu pai, Epifânio, teve que recorrer à imprensa para obter o que era essencial para sua filha: o tratamento de saúde para o seu caso. Ele relatou o seu drama no telejornal Agora, no último dia 7 de março, sexta-feira. A direção do hospital se recusou receber sua filha para o tratamento, disse ele durante a entrevista.
Ainda no dia 7, Rafaela, que já tinha feito quatro tomografias, duas ressonâncias, três biópsias, foi transferida para o Hospital São Marcos. Nesta segunda-feira, 17, após quatro dias, a jovem morreu. A pergunta dos familiares é: ?quantas pessoas ainda vão morrer pela falta da atenção das autoridades do Piauí??
Dos exames feitos, o resultado de uma biópsia ainda está por ser entregue à família.
A secretária da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, Rosângela Maza, considera que a demora na transferência complicou o estado de saúde de Rafaela. ?Infelizmente essa transferência poderia ter sido resolvida administrativamente, o que não ocorreu?.
Rubenita Lessa, presidente da Comissão, afirma que não houve a participação do estado como deveria existir. ?O estado não assistiu como deveria. Foi uma luta muito grande administrativa e judicialmente, contudo, o que me chamou a atenção foi a situação do Sr. Epifânio. A Rafaela não teve o direito de receber uma preparação adequada para o seu corpo. A viagem para o seu município dura sete horas e o corpo dela não teria condições de segurar sem o preparo adequado.?