As câmeras de segurança do Tribunal de Justiça, no Centro da cidade, flagraram o momento em que um policial militar à paisana, baleado nesta sexta-feira, busca socorro. As imagens mostram o cabo Fábio Mourão da Silva, de 37 anos, correndo em busca de ajuda após ser atingido por tiros em frente a uma agência bancária na Avenida Presidente Antônio Carlos, esquina com Nilo Peçanha.
O PM levou três tiros ao ser surpreendido por dois investigadores da Polícia Civil. O tiroteio causou correria e só teria acontecido porque um promotor pediu na 10ª DP (Botafogo), ajuda para ?proteger? a mãe de procuradora que iria sacar elevada quantia de dinheiro numa agência do banco Itaú.
O problema é que o promotor fez o mesmo pedido a policiais militares do Grupo de Apoio à Promotoria (GAP) e não informou às duas equipes ?acionadas? sobre a presença uma da outra. Um detalhe: na hora, os policiais civis desconfiaram que o PM fosse o criminoso e atiraram.
Uma outra versão aponta que duas mulheres ? mãe e irmã da procuradora ? foram até a delegacia de Botafogo comunicar que estavam sofrendo extorsão por telefone e que iam retirar o dinheiro para entregar aos criminosos. Os agentes saíram da Zona Sul e acompanharam as vítimas até o banco, no Centro, e aguardavam do lado de fora, para tentar flagrar os falsos sequestradores. O Ministério Público também foi acionado e pediu para que um PM do Grupamento de Ações Táticas (GAT) fosse à agência, acompanhar o saque.
Foram feitos mais de dez disparos, e o cabo da PM Fabio Mourão ficou ferido no tórax e no braço. Ônibus que passavam pelo local também foram alvejados. Segundo a Polícia Civil, o cabo PM estava falando ao telefone na porta da agência e por isso os investigadores desconfiaram dele.
Ao mesmo tempo, quando foram abordá-lo, ele os confundiu com um bandido, e começou a troca de tiros. Fabio Mourão da Silva foi atingido e correu em direção ao prédio do Tribunal de Justiça. Lá ele recebeu os primeiros socorros e foi encaminhado para o Hospital Souza Aguiar, onde passou por cirurgia. O estado de saúde é grave.
Uma das portas da agência bancária foi estilhaçada por um disparo. Em frente, cinco perfurações de tiros em um canteiro e marcas dos disparos nas árvores. Quem estava na rua contou que a Av. Antonio Carlos parecia uma praça de combate. ?Só tive tempo de abaixar e rezar. Nasci de novo?, contou Maria de Brito, 42 anos, que vende salgados em frente à agência.
A delegada da 10ª DP (Botafogo), Andréa Nunes Menezes, apreendeu as armas dos dois policiais civis e do PM, que vão à perícia. Eles serão ouvidos, além de testemunhas. Os dois policiais civis ficarão afastados até que a investigação seja concluída.