Na rotina familiar muitas atitudes passam despercebidas, a correria implacável do dia a dia faz com que o desperdício residencial se perpetue.
Os cuidados ligados ao ambiente incidem sobre cada cômodo, afinal poucos minutos podem fazer a diferença na conta no final do mês. Estabelecer o controle não condiz como uma tarefa fácil, afinal é um trabalho conjunto e nem sempre todos estão dispostos a modificar hábitos antigos.
A imposição dessas transformações com crianças, em especial, torna-se ainda mais complexa. Paciência e planejamento empurram o plano de ações, começar a prospectar metas antecipadamente ajudam no processo, contudo a concordância é unânime que apenas o tempo é capaz de oferecer a naturalidade ideal a esta viril modificação comportamental.
O desperdício residencial compõe-se por diversos casos, entre eles está o uso de energia elétrica em momentos que não se faz necessário. É praxe manter as lâmpadas ligadas no início da manhã, fato que corrobora para o aumento no consumo.
A água também é um bem maltratado pela ausência de cuidados, além da utilização excessiva e descontrolada, tal desatenção é uma agressão ao meio ambiente, a estes pontos soma-se o desperdício de comida e vários outros exemplos desagradáveis que comprometem o orçamento da família, seja em grau sensível ou arrebatador, o peso sempre é sentido.
Pensando nessas dificuldades e manias, uma pesquisa da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abef) procurou detalhar o impacto no final do mês, os índices estarrecedores comprovam que o orçamento familiar pode ser comprometido entre 10% a 20%. “Há uma falta de conscientização. É muito comum as pessoas desperdiçarem.
Seja um minuto sequer, tudo vai gerar um custo”, destaca o especialista em finanças, Flávio Aragão.
Surpreendentemente, o alto valor das contas pode não ter qualquer relação às tarifas brasileiras, sendo que segundo a Global Water Intelligence, instituição que é referência mundial em análises sobre a indústria de águas, a tarifa média no país em 2013 estava em torno de US$ 1,50 por metro cúbico (R$ 3,43), cerca de 1/5 do valor cobrado no Primeiro Mundo.
Desse modo, as reclamações tornam-se retóricas, já que a culpa pode estar no descontrole no consumo, ou seja, ela seria exclusivamente sua. “O piauiense, e o brasileiro em geral, consegue pensar no desperdício hoje, mas não pensa no amanhã.
Ele tem que olhar para o futuro”, afirma Aragão. No Piauí, as tarifas mínimas do serviço são cobradas por categorias, na residencial não-social o valor é de R$ 21,42 e no social R$ 9,40.
Quando o assunto é a alimentação, a perspectiva também não é das melhores. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da produção ao consumidor, um em cada três alimentos é jogado fora, o que causa mais de US$ 750 bilhões anuais de prejuízo no mundo todo.
Especialista dá dicas
Para impedir que o seu dinheiro vá embora pelo ralo, algumas atitudes tornam-se essenciais. “A maioria das pessoas quase todos os dias gasta com coisas desnecessárias, vamos citar um exemplo: você compra diariamente um chocolate de R$ 2, no final do mês terá gasto R$ 62, em um ano isso corresponde a mais de R$ 740”, exemplifica Flávio Aragão.
O especialista em finanças garante que é importante selecionar os itens que se compram, a economia não se restringe aos valores pagos em água e energia, abrange todo um sistema. “Você deve imaginar o seguinte, se conseguisse controlar seus gastos, economizaria no mínimo R$ 50 ao mês, o que corresponde a R$ 600 por ano, o importante é pensar no resultado final”, conta.
As orientações de praxe também são preponderantes, dentre as quais se incluem: desligar o chuveiro ao se ensaboar, lavar o carro apenas em períodos chaves, tirar os aparelhos eletrônicos da tomada, aproveitar as sobras de comida, entre outras. “Com o montante que pode economizar no decorrer de um ano, dá para investir em muitas coisas, ou até mesmo realizar feitos que tanto sonhou”, finaliza Aragão.