Na guerra contra o mosquito Aedes aegypt, os governos municipais, estaduais e Federal têm atuado em diferentes frentes para tentar controlar doenças como a dengue, a febre chikungunya e o zika vírus, associado ao aumento também dos casos de microcefalia em bebês no Brasil.
Em alguns municípios de Minas Gerais, esse trabalho está ganhando o reforço de detentos do regime aberto. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Seds (Secretaria de Estado de Defesa Social) e algumas prefeituras, como já é o caso de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, e Ubá, na Zona da Mata mineira.
No primeiro caso, um grupo de dez presos do Complexo Penitenciário José Maria Alkimin está realizando desde segunda-feira (15) a limpeza urbana de ruas da cidade com maior índice de incidência de dengue, conforme definição da Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Leonardo Hermindo Cardoso, o trabalho é de grande importância e a prefeitura estuda, inclusive, a possibilidade de ampliar o projeto, com o emprego de até 70 presos.
"Os que hoje já trabalham irão multiplicar os conhecimentos adquiridos. Estamos prevenindo novos casos de dengue ao atender uma das principais demandas da cidade, que é a limpeza urbana."
Com o trabalho, os detentos estão recebendo três quartos do salário mínimo, como prevê a Lei de Execução Penal, além da remissão de um dia na pena a cumprir a cada três trabalhados.
Em Ubá, dez detentos trabalham eliminando os focos da doença em escolas e locais públicos da cidade, sendo a primeira delas a a Escola Estadual Doutor José Januário Carneiro. A parceria teve início no dia 18 de janeiro e não há previsão para acabar.
Na cidade, o trabalho dos detentos consiste em capinar o entorno das construções e remover objetos que possam acumular água, ambiente propício à reprodução do mosquito Aedes aegypt. Mas, antes disso, eles assistiram a uma palestra de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, com orientações sobre focos de proliferação do mosquito e a melhor forma de eliminá-los.
Desde o início do ano, Minas já registrou 62.271 casos prováveis de dengue e duas mortes. Em relação à febre chikungunya, 260 casos foram notificados neste ano, sendo que 132 foram descartados e 128 seguem em investigação. Já em relação ao zika vírus, todos os 166 casos notificados em 2016 seguem sob investigação e um caso de microcefalia relacionada à doença já foi confirmado, enquanto outros 60 ainda estão sendo investigados.