Diagnóstico de câncer com mamografia proporciona tratamento mais eficaz

. Em um recente estudo, ficou comprovado que detectar o tumor por meio de mamografias tem muito mais benefícios no tratamento

Doutor Gérson Prado alerta para a importância da mamografia e de exames de imagem constantes | Divulgação
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Cada vez mais pesquisas tentam encontrar formas de combater um dos cânceres que mais matam as mulheres no mundo: o de mama. Em um recente estudo, ficou comprovado que detectar o tumor por meio de mamografias tem muito mais benefícios do que o autoexame feito pelas pacientes ou os ?achados? nos consultórios médicos. ?Isso comprova a importância desse exame de imagem na detecção precoce desse câncer, o que não pode ser feito de maneira tão eficiente quando a própria mulher apalpa as mamas ou mesmo em consultas de rotina, com palpação por parte do médico?, comenta o doutor em Radiologia e professor da Universidade Federal do Piauí médico Gérson Prado.

Ele afirma que o estudo foi divulgado pelo periódico científico Radiology e que os resultados mostraram que as mulheres que foram diagnosticadas a partir da mamografia, em comparação com detecção feita por outros métodos (autoexame feito pela paciente ou exame feito pelo médico) apresentaram um tratamento mais simples e menor propensão a ter recidiva. ?Além disso, o estudo também comprovou que houve um índice de mortalidade bem menor entre essas mulheres com a doença detectada precocemente através da mamografia?, acrescenta o médico.

A pesquisa divulgada no periódico revisou os registros de pacientes com câncer do Instituto Sueco de Câncer, em Seattle, nos Estados Unidos. No total, foram analisados os dados de 1.977 pacientes com câncer de mama com idades entre 40 e 49 anos, que foram tratadas entre 1990 e 2008. Depois, os pesquisadores dividiram quem foi responsável pelo diagnóstico da doença: mamógrafo, paciente ou médico. Além disso, foram considerados o estágio do diagnóstico, o tratamento realizado e a recorrência da doença.

Segundo Gérson Prado, os dados revelaram um aumento significativo no porcentual de câncer detectado pela mamografia durante 18 anos: foi de 28% em 1990 para 58% em 2008. Já as outras formas de diagnóstico (paciente e médico) tiveram queda de 73% em 1990 para 42% em 2008. Durante o mesmo período, o número de tumores da mama diagnosticado no estágio 0 aumentou 66%, enquanto o total de tumores no estágio III registraram queda de 66%. A maioria dos tumores era um carcinoma ductal in situ - tipo de câncer localizado e precoce que ainda não invadiu e nem se propagou para outros locais.

?As mulheres estão cada vez mais preocupadas e conscientes de que devem fazer o exame e notamos isso na nossa rotina das clínicas em Teresina. Isso é bom, porque como todos sabem, a precocidade na descoberta de uma doença dessas é altamente determinante nas chances de cura?, acrescenta o doutor Gérson Prado.

No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estados avançados. No total, foram registradas 12.098 mortes, de acordo com dados de 2008. Estima-se que ocorrerão 52.680 novos casos entre os brasileiros em 2012.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), as brasileiras com idades entre 50 e 69 anos devem realizar a mamografia cada dois anos ou de acordo com a recomendação médica. É importante salientar, contudo, que a indicação de rastreamento a partir dos 50 anos destina-se apenas as mulheres que não tenham história familiar de câncer de mama.

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