A cozinheira Irene Moreno, moradora de Sorocaba, aderiu de vez ao pé de frango. “Sempre gostei, mas agora virou a mistura possível, pois é o que dá para comprar. A carne bovina perdeu vez em casa. Primeiro é o frango, depois o porco. Dizem que pé de frango faz bem para os ossos, mas eu digo que faz bem para o bolso.”
Segundo ela, porém, sua mãe já voltou do açougue reclamando que até o pé do frango está caro. “Agora estão vendendo em embalagens de isopor e, quando você vai fazer a conta, o quilo sai a mais de R$ 10”, disse.
Com o preço do boi nas alturas e outras carnes também mais caras, o pé de frango virou a opção ao alcance do bolso do consumidor, ainda que também tenha subido. O quilo do frango inteiro estava a R$ 8,41 nesta quarta-feira (15), acumulando alta de 43% este ano, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agronomia da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Em janeiro, o quilo estava a R$ 5,90. No mesmo período, o preço do pé de frango, considerado o corte mais barato, subiu 100%, passando de R$ 2,50 para R$ 5 no atacado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, acumula alta de 5,67% de janeiro a agosto e, em 12 meses, chega a 9,68%.