Pesquisadoras da Universidade de Medicina e Ciências da Saúde do Royal College of Surgeons, na Irlanda, afirmam que muitas pessoas têm dificuldade em retornar à rotina e ao trabalho após dias de folga, o que pode gerar a "síndrome do domingo".
No entanto, é possível "reprogramar" o cérebro para pensar na semana de maneira diferente, já que a falta de rotina está associada à diminuição do bem-estar e ao sofrimento psicológico.
Embora o fim de semana seja um momento agradável, o cérebro trabalha duro para acomodar essa mudança repentina na rotina. A adaptação à falta de rotina do fim de semana é fácil para o cérebro, mas a volta às atividades menos agradáveis, como as obrigações da segunda-feira, pode ser mais difícil.
1 - Mantenha uma rotina
Uma maneira de se adaptar às mudanças após o fim de semana é adotar uma rotina que dure toda a semana e tem o poder de tornar a vida mais significativa. Isso pode incluir assistir um programa de TV favorito, praticar jardinagem ou ir à academia. Também ajuda realizar essas atividades no mesmo horário todos os dias.
As rotinas aumentam o senso de coerência, um processo que permite às pessoas entenderem o quebra-cabeça de eventos da vida.
Reschke e Burke garantem que, quando temos uma rotina estabelecida, seja a rotina de trabalhar cinco dias e tirar dois dias de folga, ou participar de uma série de atividades todos os dias, a vida ganha mais sentido.
2 - Não mude o despertador
Outra rotina importante que deve ser estabelecida é a rotina de sono. Uma pesquisa mostra que manter um tempo de sono consistente pode ser tão importante para aproveitar as segundas-feiras quanto a duração ou a qualidade do sono. Isso porque, mudanças nos padrões de sono nos fins de semana podem desencadear jet lag social .
Por exemplo, dormir mais tarde do que o habitual e dormir mais nos dias de folga pode desencadear uma discrepância entre o relógio biológico e as responsabilidades socialmente impostas. Isso também está relacionado a níveis mais altos de estresse na manhã de segunda-feira.
O ideal é tentar manter um horário definido para dormir e acordar, além de evitar tirar cochilos.
É indicado criar uma rotina para “desacelerar”, que dura cerca de 30 minutos, antes de dormir, desligando ou guardando os dispositivos digitais e praticando técnicas de relaxamento.
3 - Hackeie seus hormônios
Muitas pessoas sentem dificuldades em lidar com as segundas-feiras e costumam apresentar sintomas de ansiedade e medo, conhecidos como "síndrome do domingo". No entanto, é possível reprogramar o cérebro para pensar na semana de maneira diferente, mesmo que não seja possível mudar a rotina.
Estudos revelam que o cérebro adora previsibilidade e rotina, e a falta desses elementos pode afetar negativamente o bem-estar e a saúde mental. Embora o fim de semana seja um momento de liberdade e falta de rotina, o retorno às atividades menos agradáveis, como as obrigações da manhã de segunda-feira, pode ser desafiador.
Os hormônios também podem influenciar a forma como nos sentimos às segundas-feiras. O cortisol é um hormônio multifuncional que ajuda a regular o metabolismo, o ciclo sono-vigília e a resposta ao estresse. Sob estresse agudo, o corpo libera cortisol e adrenalina, preparando-se para lutar ou fugir.
O cortisol flutua diariamente e costuma ser mais alto às segundas e terças-feiras, com os níveis mais baixos relatados aos domingos. Para reduzir o estresse geral, é importante treinar o cérebro para reconhecer apenas ameaças reais, ativando o córtex pré-frontal o mais rápido possível.
Atividades de relaxamento, como a atenção plena e o contato com a natureza, podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade. É recomendável evitar o contato com estressores externos, como o telefone e as redes sociais, logo após acordar, até que os níveis de cortisol diminuam naturalmente. Seguindo essas dicas simples, é possível treinar o cérebro para lidar com as segundas-feiras e acreditar que os dias da semana podem ser tão bons quanto o fim de semana.
Com informações do La Nacion/O Globo