Dique rompe e 5 mil pessoas são retiradas às pressas de casa

Defesa Civil conseguiu alertar mais de 1.000 famílias.

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Cerca de 5.000 pessoas tiveram de deixar suas casas às pressas na manhã desta quinta-feira (5), após um dique (barragem para conter a água de rios) romper, no bairro Três Vendas, em Campos de Goytacazes , no norte fluminense.

Por conta da velocidade e da força da água, equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros foram para o local ajudar na remoção das mais de mil famílias.

O dique fica na rodovia BR-356. Uma cratera se abriu e o trânsito foi interrompido na via. Segundo o coronel Moacyr Pires, coordenador da Defesa Civil do norte do Estado, o trabalho de retirada dos moradores precisa ser feito o mais rápido possível. - As equipes já foram para o local. Ninguém ficou ferido porque conseguimos avisar rápido aos moradores.

Temos que tirá-los logo de lá, a água desce forte e rápida. Com o rompimento, é possível que a água dos rios, que estava controlada pelo dique, inunde as ruas de Três Vendas. O rio subiu 5 m em Campos.

Até a noite de terça-feira (3), 450 pessoas estavam desabrigadas em Campo. Diante dessa nova situação, o número deve aumentar bastante.

Ajuda do governo

Por determinação do governador do Rio, Sérgio Cabral, duas aeronaves tripuladas por bombeiros foram enviadas para a região afetada pelo rompimento do dique.

Os bombeiros vão verificar as necessidades do local para que providências possam ser tomadas pela Defesa Civil do Estado.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Campos, major Pessanha, 70 famílias foram retiradas na quarta-feira (4) do bairro Tira Gosto, que fica às margens do rio. O município tinha 243 desalojados e 113 famílias desabrigadas até a tarde de quarta.

Pessanha diz que as chuvas em Minas Gerais, principalmente na zona da mata, colaboram para a cheia no Paraíba do Sul. - O rio vai desabrigando cada vez mais famílias. Estamos tirando o máximo de pessoas.

A Defesa Civil também monitora os rios Pomba, Carangola e Muriaé, que também influenciam o Paraíba do Sul, já que são seus afluentes. Já a população de São Fidélis viu a água do Paraíba subir por ralos de casas e bueiros das ruas, segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Paulo Roberto.

O município não está na lista oficial da Defesa Civil do Estado sobre cidades em estado de alerta para as chuvas. Segundo o coordenador do órgão municipal, São Fidélis tem 288 desalojados e 58 desabrigados.

Desde a terça-feira (3) o município estava sem luz por causa das chuvas e nesta quarta a água foi cortada por causa da falta de energia.

Emergência

Seis cidades do noroeste do Estado do Rio decretaram situação de emergência por causa dos danos causados pelo transbordamento dos rios da região nesta quarta. A informação foi divulgada no início da noite pela Secretaria de Estado de Defesa Civil.

Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Miracema são as cidades mais afetadas pelas chuvas. De acordo com a Defesa Civil, 24.420 pessoas foram expulsas de suas casas pelas águas das chuvas nos oito municípios em que a situação está mais grave.

Em Itaperuna, uma das cidades que decretaram situação de emergência, a água do rio Muriaé invadiu o primeiro andar do Hospital Municipal São José do Havaí. A instituição, que é referência na região para transplantes e atendimentos neurológicos, teve que interditar o primeiro andar e suspender parte dos atendimentos.

Na cidade, existem 5.000 pessoas desalojadas e 60 desabrigadas. O rio Muriaé está 1,30 m acima do nível de transbordamento. Em Santo Antônio de Pádua, o hospital municipal fechou. A água invadiu impedindo o atendimento.

Todos os pacientes foram transferidos para as cidades vizinhas. Todos os bairros do município estão debaixo d’água, o deslocamento só é possível por meio de barcos.

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