Diretor de escola é indiciado por tumulto e diz estar arrependido

Segundo o delegado Luiz Fernando Saab, que preside o inquérito, foi constatado que o diretor cometeu crime de supressão.

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Alexandre Salomão, diretor da Camisa Verde e Branco flagrado jogando envelopes para o alto e chutando um deles durante a apuração do Grupo Especial do carnaval de São Paulo, disse na noite desta quinta-feira (23) que está "muito arrependido" do que fez. Ele foi indiciado por supressão de documentos após prestar depoimento na Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista (Deatur).

Segundo o delegado Luiz Fernando Saab, que preside o inquérito, foi constatado que o diretor cometeu crime de supressão. ?Amassou e danificou diversos documentos. Por isso, foi indiciado.? Segundo o policial, a perícia ajudará a determinar o que realmente ocorreu. O delegado prevê que a investigação termine em 30 dias.

Antes de deixar a delegacia, Salomão disse apenas que invadiu a mesa da apuração para "achar notas extraviadas da escola", que caiu para o Grupo de Acesso. "Ele entrou ali para procurar os votos que pudessem salvar a escola do rebaixamento", afirmou o advogado da escola, Adriano Sales Vani.

Segundo Vani, os envelopes jogados para o alto estavam vazios. ?A intenção dele não era destruir absolutamente nada.? Além de Salomão, foi ouvida também na delegacia Josélia Alves, outra integrante da escola.

Os dois integrantes da Camisa Verde e Branco são os primeiros de uma série de nove diretores intimados e esperados no Deatur pelo delegado Osvaldo Nico Gonçalves. Até segunda-feira (27), estão intimados a comparecer também Wagner da Costa, da Gaviões da Fiel, Edílson Casal, da Pérola Negra, Luciana Silva, da Tom Maior, Neguitão, Caio e Renato Maluf, da Vai-Vai, e o presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira.

Para o advogado, a Camisa Verde e Branco não teve envolvimento efetivo na confusão. ?As imagens falam por si. Basta dar uma analisada para ver qual foi a participação da escola. O pessoal da Camisa não rasga voto e não dilapida patrimônio público?, disse Vani.

A polícia investiga a confusão da apuração como uma possível ação orquestrada por dirigentes de escolas de samba. Segundo Nico, Tiago Ciro Tadeu Faria, que rasgou as cédulas com as últimas notas, havia recebido ?uma missão?. Ele e Cauê Ferreira, da Gaviões da Fiel, tiveram a fiança fixada pela Justiça: R$ 12, 4 mil. Os dois, que também já foram indiciados, devem ser soltos nesta sexta (24).

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, Paulo Sérgio Ferreira, disse não acreditar em ação orquestrada. Ele creditou a confusão à falta de experiência de alguns dirigentes. ?Se você pegar esses dirigentes, provavelmente é a primeira vez que eles vão para uma apuração. É um momento tenso. A falta de experiência de alguns dirigentes pode ter levado eles a esta exaustão?, afirmou.

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