Neste sábado (18), celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Instituída pelo Congresso Nacional em 2000, a data marca o trágico assassinato de Araceli Cabrera Sánchez Crespo, ocorrido há 51 anos em Vitória (ES).
O caso, conhecido como “Caso Araceli”, continua impune, destacando a urgência de medidas para combater essa violência.
ESTATÍSTICAS ALARMANTES: Dados do Disque Direitos Humanos (Disque 100) revelam que, somente entre 1º de janeiro e 13 de maio deste ano, foram registradas 7.887 denúncias de estupro de vulnerável. Isso equivale a uma média de cerca de 60 casos por dia ou dois registros a cada hora, apontando para a persistência da violência sexual contra os mais jovens.
DESAFIOS NA SUBNOTIFICAÇÃO: Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas 8,5% dos estupros no Brasil são relatados à polícia, sugerindo que o número real de casos pode ser muito maior. Esse cenário é corroborado pelo envolvimento de familiares nos crimes, o que dificulta as denúncias e ressalta a necessidade de uma mudança cultural para enfrentar o problema.
VULNERABILIDADE: A violência sexual afeta especialmente crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e é agravada por desigualdades sociais, raciais e de gênero.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, em 2022, a maioria das vítimas de estupro era composta por indivíduos pretos ou pardos, destacando a interseccionalidade dessas questões.