A presença de Tiago Ciro Tadeu Faria, 38 anos, o “Gianechini”, apontado como um dos maiores ladrões de banco do país, foi identificada a partir de confrontos de materiais genéticos coletados em agências bancárias em cidades do interior de São Paulo e de todo o Brasil.
Recentemente, no último dia 4, Gianechini foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) pela participação em um dos roubos realizados em 29 de julho deste ano na cidade de Botucatu (SP). Ele e outros três acusados já são considerados réus.
De acordo com a Justiça Federal e a Polícia Civil de São Paulo, desde 2017, o assaltante e seu bando vinham agindo em várias regiões do Brasil, e a participação do assaltante em ao menos outros três roubos a banco já está comprovada. A defesa dele nega e diz que o cliente é inocente de todas as acusações.
Gianechini é famoso por causar pânico, medo, mortes e destruição durante os roubos a bancos. Também chamado de “galã do Novo Cangaço”, em referência às quadrilhas que sitiam cidades do interior e explodem agências bancárias, o homem é acusado de comandar o roubo ao Banco do Brasil no município de Lajes, no Rio Grande do Norte, em 30 de janeiro de 2017.
O bando, formado por ao menos 10 homens, metralhou uma delegacia da Polícia Civil, cercou uma base da Polícia Militar e depois invadiu a agência. Os criminosos explodiram caixas eletrônicos e fugiram levando dinheiro.
Perfil genético
Porém, no local foi deixada a embalagem de uma bebida láctea. Gianechini havia sido condenado em 2005 por roubo. Na ocasião, o perfil genético dele foi inserido em um banco de dados da Superintendência da Polícia Científica de São Paulo.
Outro objeto foi analisado pelos peritos, desta vez uma touca do tipo balaclava apreendida na cena do roubo à agência da Caixa Econômica Federal de Bauru (SP), em 5 de setembro de 2018. O resultado dos exames coincidiu com o perfil genético do acusado.
De acordo com coletas de mais provas, Gianechini foi apontado no roubo de ao menos R$ 50 milhões – segundo policiais – do SERET (Serviço Regional de Tesouraria) do Banco do Brasil em Ourinhos (SP), em maio deste ano, e de R$ 2 milhões em Botucatu (SP), dois meses depois.
Agora, a polícia apura que em ambas as ações o “galã do Novo Cangaço” utilizou cilindros de oxigênio e respiradores de um mesmo lote comprados em São Paulo.
De acordo com as investigações, o material foi adquirido por um amigo de infância dele. Em 20 de julho deste ano, policiais civis apreenderam 200 kg de explosivos no bairro do Limão, zona norte de São Paulo. Uma testemunha revelou que os artefatos, usados em explosões de caixas eletrônicos, foram deixados na residência por Gianechini.