Dois civis brasileiros estão desaparecidos no Haiti

Um deles é o tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva

Brasileiros estão desaparecidos no Haiti | Divulgação
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O Ministério das Relações Exteriores informou nesta terça-feira (19) que dois brasileiros permanecem desaparecidos, seis dias após o terremoto de magnitude 7 ter devastado o Haiti em 12 de janeiro. Um deles é o tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva, que estava em Porto Príncipe, capital haitiana, desde 2007. O outro não teve a identidade revelada pelo Itamaraty.

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Em nota, o comando da PMDF relatou que o tenente encontrava-se no Haiti prestando serviços à Organização das Nações Unidas (ONU). "As últimas informações são de que o oficial estava de serviço no prédio da ONU na hora do terremoto que assolou o país?, diz o texto.

Ainda segundo o comunicado da PMDF, o tenente Cleiton ingressou na corporação em abril de 1997. Ele deixou o país para participar da Missão de Paz da ONU em 2005. ?Apesar de regressar da Missão Oficial em 2006, nunca perdeu o vínculo com a ONU, devido a excelência dos trabalhos prestados àquela Organização?, diz o comunicado. O tenente solicitou licença da polícia e retornou a Porto Príncipe em 2007, para retomar a missão.

A PMDF diz estar em contato com o Ministério das Relações Exteriores, com integrantes das Forças Armadas e com o Comando do Corpo de Bombeiros do DF, que enviou efetivo para auxiliar no resgate de vítimas ?a fim de obter maiores informações sobre o paradeiro do valente policial militar?.

O policial não está na contagem oficial realizada pelo Exército, que monitora apenas militares desaparecidos na tragédia, e confirmou nesta segunda a morte do 17º soldado. Até o momento, são 19 os brasileiros mortos pela tragédia.

Terceira morte

Em nota divulgada nesta terça, o Itamaraty relatou o registro de três mortes de civis, o que elevaria a contagem de brasileiros mortos para 20. Ocorre que a própria assessoria do Itamaraty nega a informação publicada no site do órgão.

As mortes de civis confirmadas pela diplomacia seguem sendo a do diplomata Luiz Carlos da Costa, que ocupava o segundo cargo mais importante da ONU no Haiti, e da médica sanitarista e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. O órgão não sobre explicar o suposto terceiro óbito.

Entre os brasileiros procurados por familiares a partir do Ministério de Relações Exteriores estão funcionários da ONU, de Organizações Não-Governamentais, pesquisadores de universidades brasileiras, religiosos e funcionários de empresas privadas. Segundo o Itamaraty, são muitas as demandas para repatriar os brasileiros que sobreviveram ao tremor. Até o momento 20 voltaram ao Brasil.

De acordo com o Itamaraty, a embaixada em Porto Príncipe está desenvolvendo esforços, paralelamente aos trabalhos de localização e assistência aos brasileiros já encontrados, para identificar os civis brasileiros que realmente desejam retornar.

O ministério informou também que vem crescendo o número de pessoas em busca de informações sobre adoção de crianças haitianas.A embaixada do país do Brasil informou que recebeu 300 pedidos de brasileiros interessados em adotar.

Militares

Em nota divulgada nesta segunda-feira (18), o comando do Exército em Brasília confirmou a morte do coronel João Eliseu Souza Zanin.

Zanin é o 17º militar brasileiro morto na catástrofe. "O coronel estava ligado ao gabinete do comandante do Exército e encontrava-se no Haiti participando de reuniões de coordenação de pessoal, diz a nota.

O Brasil comanda uma missão de paz da Organização das Nações Unidas no país. Dos quatro militares que estavam desaparecido, apenas o major Márcio Guimarães Martins, de Natal (RN), ainda não foi encontrado pelas forças brasileiras no Haiti.

Brasileiros

Com a localização do corpo do coronel, sobe para 19 o número de brasileiros mortos na tragédia. Além dos 17 militares, também foram vitimados o diplomata Luiz Carlos da Costa, que ocupava o segundo cargo mais importante da ONU no Haiti, e a médica sanitarista e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.

O terremoto no Haiti deixou um número ainda não determinado de mortos, na cada de dezenas de milhares, e arrasou a infraestrutura da capital, Porto Príncipe, deixando 10% do prédios destruídos e milhares de desabrigados.

A situação humanitária na cidade é grave, e o mundo tenta acelerar a ajuda humanitária ao país para evitar o colapso. Falta água e comida, os mortos são enterrados em valas comuns.

O governo local já relatou saques, episódios de violência e a volta à ação de gangues armadas.

Mortos

Ainda nesta segunda, o comandante do Exército, Enzo Martins Peri, informou que os corpos dos militares que morreram no Haiti devem chegar ao Brasil nesta quarta-feira (20).

Segundo ele, os corpos chegarão em Brasília, onde haverá "honras fúnebres" aos militares vitimados pelo terremoto.

O Comando do Exército informou que foi identificado o corpo do tenente-coronel Marcus Vinicius Macêdo Cysneiros, que se encontrava desaparecido na cidade de Porto Príncipe.

Efetivo

Peri também informou nesta segunda que o Brasil tem condições de dobrar o número de militares presentes no Haiti. Atualmente, há 1.266 militares brasieiros no Haiti.

"Teríamos condições de dobrar nosso efetivo. Foram tropas que já foram para o Haiti. Já estão treinadas nos mais diversos aspectos, ou tropas que serão treinadas. Também teria que ver qual seria a composição destas tropas. Qual a natureza das tropas e de reforço?", disse ele, acrescentando que mais de 10 mil militares brasileiros já passaram pelo Haiti.

O comandante do Exército acrescentou, porém, que a decisão de enviar mais soldados brasileiros cabe ao governo, mas também tem de passar pelo Congresso Nacional. "Mas é preciso que [o pedido] seja formalizado pela ONU, que o governo entenda que assim deve ser, apoiado pelo Congresso", disse Peri.

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