Dois casos suspeitos de varíola dos macacos estão sob investigação em Parnaíba, no Piauí. Até agora, segundo a Secretaria de Saúde do Estado, foram notificados oito casos e três foram descartados. Nenhum confirmado até agora.
Em entrevista ao Meionorte.com, a secretária de Saúde de Parnaíba, Leidiane Barros, informou que a Secretaria municipal está acompanhando os casos. "Estamos acompanhando dois casos, estão em investigação. Dois homens, um deles de 31 anos", informou.
Karlyane Araújo, diretora de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Parnaíba complementou que o órgão, assim que tomou conhecimento dos casos, acionou a Vigilância Epidemiológica do Estado.
"A Secretaria Municipal de Saúde, através do setor da Vigilância Epidemiológica prontamente ativou o protocolo e notificou o caso à Vigilância Epidemiológica do Estado. Os pacientes fizeram hoje [terça-feira, 02] a realização da coleta dos exames, que já foram encaminhados para o Lacen", disse.
Sobre a situação dos pacientes, a diretora de Epidemiologia de Parnaíba informou que um deles está hospitalizado e o outro está em isolamento em casa.
"Os pacientes estão sendo tratados com relação à sintomatologia. Duas médicas atenderam os respectivos casos de forma simultânea e a Secretaria de Saúde de Parnaíba já pediu celeridade para o resultado dessas amostras e vamos ficar acompanhando. Estamos agora fazendo contato com possíveis contactantes desses dois casos e orientando familiares em relação às medidas de precaução, quanto ao isolamento, uso de máscaras", completou.
Segundo a Sesapi, as amostras coletadas dos dois pacientes devem ser encaminhadas para o Lacen para realização do exame. "Dependendo do resultado, as mesmas deverão ser encaminhadas para um laboratório de referência para passar por uma nova avaliação", informou o órgão.
Sintomas e formas de prevenção
A varíola dos macacos (monkeypox) é uma doença viral de baixíssima letalidade, segundo o secretário Executivo do Ministério da Saúde, Daniel Pereira. “A transmissão, diferentemente da Covid-19, se dá apenas através de contato direto com feridas infecciosas ou fluidos corporais dessas próprias lesões”, explica.
No Brasil, uma morte já foi registrada. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a monkeypox como Emergência Mundial em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). A principal forma de proteção é evitar contato direto (pele/pele) ou com objetos pessoais de pessoas contaminadas.
A médica infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) Marília Santini alerta para os sintomas que merecem atenção.
"Os sintomas são inespecíficos, duram poucos dias – de 1 a 3 dias – e são comuns a qualquer outra virose, como febre, dor de cabeça, cansaço, um mal-estar geral. Logo em seguida, aparecem lesões na pele. Podem ser poucas lesões, uma ou duas, ou podem ser muitas – mais de 60, por exemplo. Essas lesões podem surgir em qualquer local do corpo, na pele ou em mucosas: perto do ânus, dentro da boca, perto da uretra… cada pessoa manifesta de uma forma. Elas surgem como pequenas manchinhas vermelhas, sobre as quais crescem bolhas cheias de secreção. Em seguida, essas bolhas se rompem, formam uma crosta, uma casquinha, e depois se curam. Esse processo – entre aparecer a primeira manchinha vermelha, sumir tudo e ficar sem lesões – leva de duas a quatro semanas, normalmente".
Ao notar o aparecimento das lesões, a pessoa deve procurar um serviço de saúde para fazer o exame. A amostra vai para um laboratório de referência e o resultado é encaminhado para a unidade que solicitou o exame em um prazo de dois ou três dias.