Leonardo sofreu uma fratura exposta em 05 de agosto de 2013, o que lhe impossibilitou de trabalhar até os dias atuais. Conforme o protocolo, a vítima solicitou um prontuário do Hospital Getúlio Vargas (HGV) para um Boletim de Ocorrência (BO) para dar entrada ao Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). Depois de seis meses nada foi solucionado.
?Eles me disseram que teriam um prazo de 120 dias para a entrega do prontuário. O prazo já venceu; eu entrei em contato com eles, mas me disseram que estão dentro do prazo. Só que o prazo deles venceu há seis meses e eles não me entregaram esse prontuário. Eu só posso dar entrada no seguro com esse prontuário?
De forma semelhante ocorre no Hospital de Urgência de Teresina. Diversas pessoas voltam sem o recebimento da senha para o atendimento.
O diretor administrativo do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) Lupércio Medeiros, explica o porquê da demora. ?O nosso prazo para requerer um prontuário vai de 30 a 120 dias. Esse prontuário é todo um histórico de paciente e tem que passar por uma auditoria para que o hospital fature com os procedimentos realizados nesse prontuário. Às vezes o usuário vem receber o prontuário e não vem com a documentação adequada?.
Para o despachante, João Marcelo, representante da categoria, a explicação não convenceu. ?O diretor do hospital mentiu, pois faz seis meses que o paciente deu entrada e não recebeu ainda o seu prontuário. É nesse momento que acontecem as fraudes porque as pessoas recorrem a quem tem o conhecimento e acabam sendo enganadas e chegam a perder o DPVAT.?
?O nosso trabalho é auxiliar os clientes, que são pessoas simples e que não tem condições de pegar um ônibus. A gente conversa com o cliente, a gente faz a solicitação para que o prontuário fique pronto em até 30 dias, traz o cliente até o hospital até a solução do seu problema?, conclui o despachante ao afirmar que faz várias viagens com um único paciente para conseguir a documentação necessária.