A atividade econômica registrou em dezembro a terceira alta mensal seguida, mas perdeu força em relação ao nível apurado em novembro.
O IBC-BR --indicador do Banco Central que serve como prévia para o crescimento do PIB-- avançou 0,26% em dezembro na comparação com novembro, na série livre de efeitos sazonais.
Analistas consultados pela agência Reuters esperavam uma alta de 0,4% na comparação mensal, mesmo nível registrado em novembro.
No ano, o crescimento deve ficar em 1,35%, de acordo com dados livres de ajustes sazonais divulgados pelo BC nesta quarta-feira. Sem os ajustes, a alta estimada é de 1,64%.
O resultado do indicador sugere um cenário para o ano levemente melhor do que o esperado pelo mercado, que prevê um avanço próximo a 1%. Trata-se, contudo, de um desempenho bem inferior aos anos anteriores e melhor apenas do que 2009, quando a economia vivia os reflexos da crise econômica mundial.
Retração da indústria, alto endividamento das famílias e problemas na balança comercial estão entre os fatores apontados pelo baixo crescimento no ano passado.
Em 2012, o setor produtivo viveu seu pior ano desde a crise de 2009, com queda de 2,7%. O desempenho se deve em boa parte à concorrência dos importados no mercado interno e a maior dificuldades para exportar à Argentina e a mercados em crise.
Pelo lado do consumo, os dados do varejo divulgados ontem pelo IBGE frustraram as expectativas dos economistas para o final de ano. Com uma retração de 0,5% em dezembro, o comércio fechou 2012 com avanço de 8,4% puxado sobretudo pelo baixo desemprego e o avanço da renda.
Os dados de comércio exterior reforçam o cenário de desaceleração. Diante de uma queda de 5,3% nas exportações, o Brasil teve em 2012 o pior superavit na balança comercial desde 2002.
RECUPERAÇÃO
A perspectiva para este ano é de recuperação da economia, com projeção de retomada de investimentos, da produção industrial e bons resultados nas áreas de agronegócio e serviços.
Embora as expectativas ainda estejam em ajuste devido a incertezas quanto à intensidade da recuperação, as projeções sugerem crescimento levemente acima de 3%.
INDICADOR
O índice do BC é um indicador de abrangência nacional que busca refletir mensalmente, de modo sintético, a atividade econômica em determinado período.
O indicador acompanha a atividade econômica através de variáveis cujos comportamentos estão correlacionados à produção realizada nos três setores da economia brasileira (agropecuária, indústria e serviços) e dos impostos.
Já o Produto Interno Bruto (PIB), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não mede simplesmente a produção da economia, mas sim o valor adicionado pelos setores.