Pesquisa do instituto Data Popular revela que, até dezembro, 22 milhões de famílias brasileiras pretendem reformar ou construir uma casa. O contingente equivale à soma da população de quatro países. É como se todos os argentinos, chilenos, paraguaios e uruguaios resolvessem reformar ou construir moradias até o fim deste ano, compara Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular.
A enquete, que ouviu 2 mil famílias em 11 regiões metropolitanas e no Distrito Federal em março, mostra que a maioria (90% das famílias) pertence às classes de menor renda (C, D e E), resultado que ganha relevância no Nordeste, beneficiado pelos programas sociais. "Com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para materiais de construção, a maior oferta de crédito e o aumento da renda, o consumo formiga de materiais de construção vai explodir", prevê Meirelles. O consumo formiga é como são chamadas as compras de pessoas físicas para construir ou reformar a própria casa.
Nos cálculos do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Melvyn Fox, o consumo formiga hoje corresponde a 65% da receita de R$ 33,3 bilhões do setor de janeiro a abril, ou R$ 21,4 bilhões. Já a receita total da indústria cresceu 20,3% no período em relação a 2009 e 5% ante 2008. A receita deve fechar o ano com alta de 15%, a maior desde o início da série, em 2004.