90% da classe C têm celular; internet não é tão difundida

No entanto, acesso à internet ainda não é tão difundido no Brasil

90% da classe C têm celular, diz pesquisa | Reprodução
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O uso do celular já está amplamente difundido no Brasil, segundo a última edição do PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios), feito pelo IBGE com dados de 2011. Entre as pessoas com rendimento mensal de 3 a 5 salários mínimos, o uso do aparelho já chega a 89,8%.

O celular já é praticamente onipresente nas faixas mais instruídas da população brasileira. Entre os que têm 15 anos ou mais de estudo, a proporção já é de 94,7%.

No total, 69,1% da população, com 10 anos ou mais, possuía o aparelho na época da pesquisa ? o equivalente a 115,4 milhões de pessoas.

Dobrou, mas ainda é pouco

No entanto, a internet não é tão difundida assim. Em 2011, 77,7 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais tinham acesso ? 46,5% do País.

O índice é mais do que o dobro do percentual registrado em 2005, quando aproximadamente 21% da população haviam acessado a internet nos últimos três meses por computador ou notebook. No mesmo período, a população nessa faixa etária cresceu 9,7%.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, a diminuição das desigualdades é a principal contribuição para o aumento expressivo da inclusão digital no país.

? Todo esse processo que o país tem vivido nos últimos anos de redução da pobreza, [de] aumento da qualidade do emprego, do poder de compra, esse conjunto de fatores socioeconômicos tem propiciado a essa população maior acesso à internet?, destacou, ao ressaltar que o aumento da escolaridade foi decisivo para o crescimento do número de internautas. ?[Mesmo] sem saber ler nem escrever, você tem acesso à televisão, [mas] à internet, não. Você tem que saber ler e escrever e saber o que fazer ali dentro.

Nos últimos anos, houve avanços em todas as regiões. Mas o Norte e o Nordeste tiveram os aumentos mais significativos no número de pessoas navegando na internet, embora ainda sejam as regiões com os menores índices de acesso do país, segundo o coordenador da pesquisa.

? As regiões Norte e Nordeste tinham pouco mais de um terço da população acessando a internet em 2011, mas o avanço nessas regiões foi bastante expressivo. Alagoas, por exemplo, passa de 7% para quase um terço [34,3%] da população acessando a internet, 400,3% de aumento.

Se em 2005 aproximadamente 12% da população dessas regiões haviam acessado a internet nos últimos três meses, o percentual saltou para 35,4% no Norte e 34% no Nordeste. O percentual triplicou, enquanto nas demais regiões o índice, em média, duplicou entre 2005 e 2011. Entretanto, em 2011, os percentuais do Norte e do Nordeste estavam bem abaixo dos registrados nas regiões Sudeste (54,2%), Centro-Oeste (53,1%) e Sul (50,1%).

O Distrito Federal (DF) é a unidade da Federação com os maior percentual de internautas, com 71,1% da população conectada à internet.

? A configuração tanto de mercado de trabalho quanto de poder de compra justifica esse percentual tão grande em Brasília. Se tirar Brasília, o percentual do Centro-Oeste cai muito.

Depois do DF, vêm São Paulo, com 59,5%, e o Rio de Janeiro, com 54,5%. Entre 2005 e 2011, em números absolutos, houve aumento de 100,1%, 116,6% e 121,2% nessas unidades federativas, respectivamente.

Os estados com os menores percentuais de internautas em 2011 eram o Maranhão (24,1%), o Piauí (24,2%) e o Pará (30,7%). Esses percentuais representaram, em números absolutos, um crescimento de 244,9%, 151,1% e 242,7% desde 2005.

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