As ações da gigante de tecnologia Microsoft despencaram 11,71% nesta quinta-feira na Bolsa de Nova York, para o menor patamar desde janeiro de 1998, após a empresa divulgar um lucro trimestral decepcionante e informar que demitirá 5 mil pessoas.
A empresa informou que seu lucro líquido no trimestre outubro-dezembro de 2008 (o segundo trimestre de seu ano fiscal) recuou 11%, no confronto com o mesmo período de 2007, para US$ 4,17 bilhões.
Em meio ao impacto da crise financeira mundial, a Microsoft anunciou que vai demitir 5 mil funcionários nos próximos 18 meses - cerca de 5% da força de trabalho - dos quais 1,4 mil serão dispensados hoje. Também alegando os efeitos da crise, a Microsoft não forneceu ao mercado estimativas de receita e lucro para este ano fiscal.
A receita total da empresa aumentou 2% no trimestre, para US$ 16,63 bilhões. No entanto, o faturamento da divisão de Clientes diminuiu 8%, " em função da fraqueza do mercado de PCs e uma tendência de queda nos preços dos notebooks " .
A receita com licenças de ferramentas corporativas, contudo, cresceu 15%, enquanto a da divisão de games subiu 3%, puxada pela demanda pelo console Xbox 360.
As demissões anunciadas hoje - as primeiras de grande escala na história da Microsoft - se darão nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, marketing, vendas, financeira, jurídica, recursos humanos e tecnologia da informação. A intenção é reduzir as despesas operacionais anuais em US$ 1,5 bilhão.
" Ao mesmo tempo em que não estamos imunes aos efeitos da economia, estou confiante na força de nosso portfólio de produtos e na solidez de nossa abordagem " , disse em comunicado o executivo-chefe da empresa, Steve Ballmer.
"Vamos continuar a administrar as despesas e investir em oportunidades de longo prazo, para emergir como um líder ainda mais forte do que somos hoje", afirmou.
" A atividade econômica e o gasto com tecnologia se desaceleraram além de nossa expectativa no trimestre, e agimos rápido para reduzir nossa estrutura de custos e mitigar esse impacto " , afirmou o diretor-financeiro, Chris Liddell.
" Estamos nos planejando para um cenário em que a incerteza econômica continue no restante do ano fiscal, quase certamente levando a uma queda na receita e no lucro da segunda metade", concluiu.
(Com informações de Reuters e Valor Online)