A agência de classificação de risco S&P elevou a classificação da dívida de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de BB- para BB, marcando um progresso significativo, embora ainda dois níveis abaixo do grau de investimento. É o que consta no relatório divulgado nesta terça-feira (20). Essa mudança foi impulsionada pela recente aprovação da Reforma Tributária.
Esta foi a primeira vez em 12 anos, que a agência elevou a nota da dívida soberana brasileira. A última vez em que a S&P havia elevado a nota da dívida brasileira tinha sido em 2011, quando o Brasil passou da nota BBB- (grau de investimento, garantia de que o país não dará calote na dívida pública) para BBB (um nível acima do grau de investimento). Desde então, o país tinha sofrido sucessivos rebaixamentos, tendo perdido o grau de investimento em setembro de 2015.
A perspectiva também evoluiu de positiva para estável, refletindo a expectativa da S&P de que o Brasil faça avanços graduais na resolução dos desequilíbrios fiscais. Apesar das perspectivas econômicas ainda moderadamente fracas, a agência reconhece melhorias nas projeções de crescimento econômico, embora a situação fiscal continue sendo um desafio para a qualidade de crédito do país.
A agência destaca que a estabilidade é respaldada por uma posição externa robusta e uma política monetária restritiva, contribuindo para controlar a inflação e mantê-la dentro da meta.
"A perspectiva estável reflete a nossa expectativa de que o país realizará progressos lentos na resolução dos desequilíbrios fiscais e tem perspectivas econômicas ainda fracas, o que pode ser equilibrado por uma posição externa forte e uma política monetária restritiva que está ajudando a fazer a inflação voltar para a meta", disse em nota.
No entanto, a S&P alerta sobre possíveis desafios, indicando que políticas mal implementadas podem resultar em uma deterioração fiscal e um aumento inesperado no peso da dívida, o que poderia levar a uma revisão para baixo da classificação nos próximos dois anos.
Por outro lado, há otimismo de que o Brasil pode alcançar classificações ainda melhores se as reformas estruturais e microeconômicas em andamento contribuírem para a melhoria da trajetória de crescimento de longo prazo do país.