Primeiro modelo da nova família de carros da General Motors, o hatch Agile vendeu no Brasil 1.945 unidades em outubro, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Tal volume de emplacamentos em apenas um mês desde o lançamento força a montadora a aumentar a produção em Rosário, na Argentina, e a planejar a exportação do carro para outros mercados, como os da região andina e África do Sul. ?Não temos capacidade para exportar, mas quando for possível pretendemos vender para Uruguai, México e África do Sul?, afirma o presidente da General Motors do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila.
Segundo ele, a produção prevista inicialmente do Agile era de 6 mil unidades por mês. Como o processo de fabricação ainda está em fase inicial, o volume total só será atingido em janeiro de 2010. Mesmo assim, o executivo acha pouco diante da demanda do mercado brasileiro. ?Vamos aumentar a capacidade de produção de Rosário?, garante.
Embora desenvolvido no Brasil, a escolha da Argentina para a fabricação do Agile foi uma estratégia logística justamente para reduzir custos de exportação. Como a venda do hatchback entra no acordo bilateral entre os países, não há cobranças de impostos pela importação brasileira. No entanto, a fabricação do segundo modelo da família ? que ainda não foi divulgado e poderá ser um utilitário-esportivo, picape ou sedã - está confirmada para o Brasil. No caso de o hatch ser exportado, abre-se caminho também para os outros modelos.
A importância de desenvolver novos planos para o mercado externo está na conquista de clientes quando a demanda por carros em outros países voltar a patamares mais altos, pois a crise financeira mundial derrubou as vendas de veículos. De acordo com Ardila, em 2008 as exportações da General Motors do Brasil somaram 100 mil unidades. Com a crise, o volume caiu para 35 mil unidades. E a previsão para 2010 é de leve aumento, para 45 mil unidades. ?Esperamos um pequeno aumento, mas as exportações estão muito ruins?, avalia.
Contratações e investimentos
O mercado brasileiro aquecido propiciou além do aumento da produção do Agile, a de modelos de entrada como Classic, Celta e Prisma. Por causa disso, as fábricas de Gravataí (RS), São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Mogi das Cruzes (SP) ? unidade de estamparia e componentes ? receberão investimentos para ampliação. Ao todo, 600 pessoas serão contratadas. Somente o quadro de funcionários de Gravataí subirá até o final deste ano para 7 mil pessoas. ?Resolveremos os gargalos de produção com as contratações?, explica Ardila.
Além disso, a construção da fábrica de motores e transmissão de Joinville será acelerada. ?Vamos adiantar o projeto de Joinville para até 2011 podermos atender ao crescimento do mercado?, observa Ardila.
A pressa em relação à nova planta está nas previsões positivas para a General Motors do Brasil. A empresa espera crescer de 540 mil unidades vendidas em 2008 para o patamar de 600 mil a 615 mil unidades neste ano. ?Será o melhor ano da história da GM no país?, afirma o executivo. Para 2010, a expectativa é de vender 650 mil unidades.
Até o final de 2012, R$ 5 bilhões serão investidos pela GM no Brasil. Até o momento, R$ 2 bilhões foram anunciados: R$ 1,4 bilhão para a duplicação da fábrica de Gravataí e R$ 600 milhões para o centro tecnológico da montadora. Os investimentos serão aplicados no desenvolvimento dos projetos Viva (ao qual pertence o Agile) e Onix ? que abrange a produção de três veículos em Gravataí ? e de dois novos produtos que sairão de São José dos Campos (SP).
Segundo a companhia, dos investimentos já anunciados, R$ 1 bilhão é oriundo do caixa da própria GM, R$ 200 milhões de empréstimos do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), R$ 350 milhões do Banrisul e R$ 450 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).