O dinheiro nunca jorrou com tanta fartura das terras do Centro-Oeste, região líder na produção de grãos, com 43% do total. Não à toa, bancos, redes de varejo, concessionárias de veículos, empresas aéreas e construtoras aportaram com tanta força por essa localidade. O movimento reflete os seguidos saltos de produtividade das safras e os lucros dos agricultores no mercado externo. Em nenhuma outra área do país, a demanda por crédito e o consumo crescem com mais vigor que nas pequenas cidades ? longe dos centros urbanos ? cuja economia está atrelada ao agronegócio, que movimentará, neste ano, US$ 550 bilhões, dos quais US$ 100 bilhões em exportações.
Ao contrário das demais regiões do país, onde o setor de serviços responde pela maior parte da riqueza (68%), no Centro-Oeste o agronegócio predomina (73%). É essa diferença que tem garantido o avanço sustentável dos rendimentos, com oportunidades para grandes transações e riscos menores. ?Basta lembrar que 27% de todos os produtores com perfil de renda elevada estão concentrados no centro do país?, diz Marco Antônio Mastroeni, diretor de Estratégia do Banco do Brasil (BB).
Os desembolsos anuais do BB para financiar a safra mais que dobraram desde 2008: de R$ 5,9 bilhões para os atuais R$ 14,3 bilhões. Estudo da instituição indica o Centro-Oeste como a região mais atraente, com a peculiaridade de as áreas de maior potencial ?não se restringirem às de influência das metrópoles?. O BB tem a maior rede de atendimento no Brasil rural, com 484 agências e 9,4 mil pontos no total. A interiorização do desenvolvimento puxado pela abertura de novas fronteiras agrícolas no centro do país tem reflexo imediato em todo o sistema bancário e no mercado até de estados vizinhos.