O preço de cada barril das reservas que a União vai repassar à Petrobras no processo de capitalização (lançamento de ações) foi avaliado entre R$ 17,5 (US$ 10) e R$ 21 (US$ 12) pela certificadora GCA (Gaffney, Cline & Associates) nesta quinta-feira (19), contratada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Segundo fontes de mercado, o valor é bem superior à avaliação contratada pela estatal, que chegou a uma faixa entre R$ 8,7 (US$ 5) e R$ 10,5 (US$ 6) por barril. O laudo da GCA deve ser entregue oficialmente à ANP hoje, mas ontem os valores foram tema de uma reunião conciliatória, realizada em Brasília, entre estatal, ANP e ministérios envolvidos. O valor estipulado pela GCA é considerado excessivamente alto e poderia inviabilizar o processo.
Diante de tantas incertezas, há uma divisão no governo sobre a conveniência de manter o cronograma da Petrobras, que prevê concluir a operação até o dia 30 de setembro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confidenciou a auxiliares que, se não estiver convencido de que o negócio renderá o máximo ao Tesouro, será melhor adiá-lo para depois da eleição. Na reunião de ontem, estiveram presentes o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, além de representantes da ANP e do Ministério do Planejamento.
O objetivo era chegar a um valor não tão elevado quanto o proposto à ANP nem tão baixo quanto o que será apresentado pela Petrobras, calculado pela consultoria De Golyer and McNaughton. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.